Imprensa iraniana saúda acordo sobre programa nuclear
A maioria dos jornais iranianos saudou hoje o acordo sobre o programa nuclear do Irão, concluído na véspera em Viena, apesar do ceticismo de alguns diários relativamente a aplicação do tratado.
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Mundo Tratados
O diário reformador Ebtekar refletiu na capa o sentimento de alívio dos iranianos, prestando homenagem ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, um dos arquitetos do acordo.
Zarif foi comparado ao herói iraniano Mohammad Mossadegh, numa fotomontagem que juntou a metade esquerda do rosto de um à metade direita do rosto do outro.
Mossadegh, primeiro-ministro eleito democraticamente, foi o responsável pela nacionalização do petróleo antes de ser derrubado por um golpe de Estado norte-americano-britânico em 1953.
Donyaye Eqtesad, um diário económico, congratulou-se pela entrada "na era pós-sanções", numa referência às sanções internacionais, cujo levamento progressivo e reversível ficou definido no acordo.
"O mundo mudou", escreveu o Etemad, um outro diário reformador, que qualifica o acordo concluído entre o Irão e o grupo 5+1 (cinco membros permanentes - Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido - do Conselho de Segurança da ONU e Alemanha) como "revolução diplomática de 14 de julho de 2015".
Na terça-feira à noite, o jornal lançou um número especial e gratuito de quatro páginas que inundou as ruas de Teerão.
O Financial Asia deixou a capa em branco, só com a palavra "ACORDO".
É o fim de "12 anos de conflito nuclear", sublinhou o jornal Ghanoon, e acrescenta "o cerco ao Irão foi levantado".
Ao contrário, o jornal conservador Kayhan, muito crítico das negociações, não escondeu as dúvidas sobre o acordo, afirmando que o presidente norte-americano, Barack Obama, e o homólogo iraniano, Hassan Rohani, um moderado, interpretavam os termos do acordo de maneira diferente.
O ultraconservador Vatan-e-Ermooz titulou "À espera da aplicação", explicando que "o grande desafio deste tipo de texto revela-se durante a aplicação".
"Os objetivos dos Estados Unidos, uma vez concluído o acordo, não são necessariamente os que estão inscritos no acordo" sobre o programa nuclear iraniano, considerou o jornal.
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