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Governo afegão quer falar com talibãs sobre fim dos combates
O governo afegão, que se reuniu esta semana no Paquistão com dirigentes da rebelião talibã, quer discutir "em pormenor" o modo de evitar um "novo banho de sangue" numa próxima ronda de discussões, disse hoje um dos seus negociadores.
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Mundo Rebeldes
Uma delegação do governo afegão, conduzida pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Hekmat Karzai, reuniu-se na terça-feira e na quarta-feira com dirigentes talibãs em Murree, perto da capital paquistanesa, Islamabad.
As próximas reuniões devem realizar-se "após o Aid al-Fitr", a festa do final do mês de jejum muçulmano do Ramadão, no final da próxima semana, anunciou numa conferência de imprensa Haji Din Mohammad, membro do Alto Conselho da Paz, o organismo encarregado de levar os rebeldes islamitas à mesa das negociações.
"Discutiremos em pormenor o modo de evitar um novo banho de sangue", adiantou, sem precisar se considerava um cessar-fogo a curto prazo para estimular as negociações de paz ou mesmo o fim do conflito que tem devastado o Afeganistão desde 2001.
Segundo Hekmat Karzai, que participou nas discussões em Murree, os talibãs colocaram as suas habituais condições: o destino dos seus prisioneiros, o levantamento das sanções da ONU e a saída de todas as tropas estrangeiras do Afeganistão.
"Nós não colocamos qualquer condição. Estamos prontos a abordar todas as questões que eles (os talibãs) desejem", disse.
Karzai disse que os rebeldes islamitas que estiveram em Murree "tinham autorização da direção dos talibãs e representavam a 'shura de Quetta' (o comando central dos talibãs que estará refugiado nesta cidade do sudoeste do Paquistão)".
Os talibãs e o governo afegão encontraram-se várias vezes nos últimos meses no Qatar, na China e na Noruega, mas esta é a primeira vez que Cabul anuncia publicamente que um membro do governo, Hekmat Karzai, participa em discussões.
Os encontros não impediram os rebeldes de lançarem uma grande ofensiva na primavera em todo o Afeganistão.
Na terça-feira, quando começaram as negociações no Paquistão, os talibãs realizaram dois atentados suicida em Cabul, um contra tropas da missão da NATO e outro contra os serviços de informações afegãos.
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