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Arma na bandeira moçambicana é homenagem ao combatente

Os símbolos da bandeira moçambicana estão numa estrela que simboliza a solidariedade, mas a "estrela" mais reluzente do principal pano do país é uma arma AKM, que está lá para sublinhar o combate contra o colonialismo, explica Joaquim Chissano.

Arma na bandeira moçambicana é homenagem ao combatente
Notícias ao Minuto

08:53 - 19/06/15 por Lusa

Mundo Joaquim Chissano

"A palavra de ordem para os combatentes [da Frelimo] era combater, daí o símbolo da arma que está ali, combater é primeira palavra [de ordem]", descreveu à Lusa Joaquim Chissano, ex-Presidente moçambicano e que aderiu à Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) em 1963, um ano após a fundação do movimento, em Dar es Salam.

Segundo Chissano, "as pessoas só olham para a arma", mas a segunda palavra de ordem para a Frelimo, prossegue, era produzir, mais tarde simbolizado na bandeira do país através de uma enxada, a terceira era estudar, como se vê no livro "que também está lá", e o combatente tinha de abraçar todas essas atividades, mas a sua principal tarefa era combater.

"O combatente, o guerrilheiro, tinha que abraçar tudo isso, mas, como tarefa principal, tinha de combater, então a arma significa isso. Para a população adulta, em geral, a palavra de ordem também estava lá, era produzir, era a enxada, estudar e defender, quer dizer que a arma também lhes dizia respeito, mas não como prioridade, para os jovens, as crianças, para aquelas que pudessem, a arma também fazia parte, mas era no sentido de se defenderem", narra o antigo chefe de Estado moçambicano.

Adotada após a independência do país, em 1975, por proposta de um grupo de quadros da Frelimo, a bandeira de Moçambique sofreu apenas uma alteração, em 1983, com a introdução da estrela, que, de acordo com o antigo Presidente moçambicano, traduz o internacionalismo de Moçambique no apoio à causa da liberdade de outros povos, e a remoção do carreto, que apontava a aposta na industrialização do país.

Com um lugar cativo na bandeira da Frelimo, desde a fundação do movimento, as cores vermelha, símbolo da luta de resistência ao colonialismo e a defesa da soberania, a preta, do continente africano, a verde a riqueza do solo, amarela dourada, riqueza do subsolo, e a branca da paz preenchem a composição da atual bandeira da República de Moçambique.

O antigo chefe de Estado moçambicano lembra que foi com aquelas cores, mas ainda sem a metralhadora, que a população da colonial Lourenço Marques, hoje Maputo, aprendeu a adorar a que viria a ser bandeira da República, quando os dirigentes da Frelimo chegaram para integrar governo de transição, que preparou as condições para a proclamação da independência.

"Quando chegámos ao governo de transição, de facto, aqui em Maputo, que não tinha havido guerra, mas a bandeira era adorada, em qualquer lugar onde houvesse certa confusão, não era preciso empurrar as pessoas, bastava pôr a bandeira à frente, que as pessoas abriam alas, para o porta-bandeiras passar", diz Chissano, na altura primeiro-ministro do governo de transição.

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