Distribuir alimentos em cenário de seca é cobrir a ponta do iceberg
O diretor da Oxfam para a América Latina, destacou ser urgente convencer governos e opinião pública de que a seca não se resolve com a distribuição de alimentos, mas antes com projetos sólidos a médio e longo prazo.
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Mundo Oxfam
"A primeira coisa que os governos e as instituições fazem é distribuir alimentos; isso serve para cobrir a ponta do iceberg, mas fazem falta apoios", disse Carlos Mansilla, em entrevista à agência Efe.
Segundo o especialista da Oxfam, organização não-governamental surgida no Reino Unido durante a II Guerra, a seca que atinge há anos a Guatemala, Honduras, El Salvador, México e parte da Nicarágua vai recrudescer em 2015 com a confirmação do fenómeno do "El Niño".
Para Carlos Mansilla, a estratégia tem de ser pensada sob a lógica não de dar peixe, mas de ensinar a pescar. "O pequeno agricultor não precisa de comida para dois ou três meses, mas antes de um apoio social que vá além dos alimentos", disse.
Este ano cerca de 2,5 milhões de pessoas na América Central encontram-se numa situação de insegurança alimentar devido à seca e, segundo as previsões, o fenómeno vai resultar na perda de colheitas e no aumento de doenças.
Para Mansilla, a forma de gerir a água e de criar condições para que os agricultores possam armazená-la durante as escassas chuvas constitui um fator chave.
"Precisamos de criar mecanismos para que as pessoas saibam como utilizar a pouca água e facultar-lhes tecnologia para as ajudar a captar e a gerir esta água da melhor maneira", realçou.
Ainda que a explicação da seca, que abrange outras nações, como Haiti, Cuba, Colômbia ou a parte do Brasil, Bolívia e Paraguai, esteja relacionada com fenómenos como o das mudanças climáticas, a causa das extremas condições de pobreza é a desigualdade na América Latina, onde poucos monopolizam a riqueza, sustentou o dirigente da Oxfam.
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