Portugueses entre a "apreensão" e a "esperança" na Venezuela
A comunidade portuguesa radicada na Venezuela divide-se entre a apreensão e a esperança em quanto ao futuro do país de acolhimento, disse hoje em Caracas, o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo.
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Mundo Paulo Cafôfo
"Noto que há alguma apreensão, que as pessoas estão um pouco assustadas, neste momento, com a sua vida aqui, com a situação atual da Venezuela, mas também noto que há uma esperança, que as pessoas não querem deixar este país", disse.
Paulo Cafôfo falava à Agência Lusa no Centro Português de Caracas, no âmbito de uma visita de cinco dias à Venezuela, onde hoje participou num evento de beneficência organizado pela Academia do Bacalhau de Caracas, o jornal Diário de Notícias da Madeira e o banco Banif.
"Estamos a falar de pessoas que já nasceram cá, que se sentem portuguesas e que essas pessoas não querem deixar este país apesar de terem alma portuguesa. Aquilo que encontrei foi um pouco de receio mas também de esperança e de quererem lutar por este país", frisou.
Paulo Cafôfo adiantou que a Câmara Municipal do Funchal "criou uma serie de incentivos, nomeadamente no âmbito da regeneração urbana" para que os conterrâneos "possam investir e possam na verdade apostar naquilo que e a sua terra".
"E não basta virmos aqui com promessas ou falsas promessas, aquilo que estamos a fazer é, com toda a sinceridade, criar condições para que possam regressar à terra, para que possam investir, mesmo os que não queiram regressar, mantendo aqui uma ligação que é muito importante para nós, enquanto portugueses", disse o autarca que visita a Venezuela pela primeira vez.
Questionado sobre a existência de um sistema de controlo cambial que impede o livre acesso a moeda estrangeira no país e dificulta o envio de remessas para o estrangeiro, salvo que sejam autorizadas pelas autoridades venezuelanas, o autarca do Funchal disse que "tem havido contactos com a Embaixada portuguesa, com o Governo português e mesmo com a Embaixada da Venezuela em Portugal, no sentido de agilizar esses procedimentos".
"Aquilo que nós podemos fazer é uma magistratura de influência, procurando com a nossa pressão que também possamos ser a voz daqueles vivem aqui e é isso que também queremos ser a voz, expor os problemas e ser um canal de transmissão para o Governo regional e o da República, das necessidades dos nossos conterrâneos", concluiu.
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