NATO acusa Rússia de usar retórica provocadora e expandir voos nucleares
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou na quarta-feira que a retórica provocadora da Federação Russa e a dramática expansão dos voos por bombardeiros nucleares são profundamente perturbadoras e perigosas.
© Reuters
Mundo Stoltenberg
Os planos russos de colocar mísseis com capacidade nuclear no enclave de Kaliningrad, fronteiriço com a Polónia e a Lituânia, e as suas ameaças de deslocar forças nucleares para a Crimeia "iriam alterar de forma fundamental a balança da segurança na Europa", considerou Stoltenberg, durante um discurso em Washington.
De forma crua, o chefe da NATO fez uma crítica contundente do comportamento russo no último ano, incluindo a intervenção armada na Ucrânia, e garantiu que a aliança transatlântica iria aumentar o seu compromisso com a "defesa coletiva".
Ao falar para uma audiência no centro de reflexão norte-americano Center for Strategic and International Studies, o antigo primeiro-ministro norueguês afirmou que "o recente uso pela Rússia de retóricas, exercícios e operações nucleares são profundamente perturbadoras".
A "admissão" pelo Presidente russo, Vladimir Putin, "de que considerou colocar as forças nucleares russas em estado de alerta, enquanto a Rússia estava a anexar a Crimeia é apenas um exemplo", pormenorizou.
O dirigente da NATO também se manifestou preocupado com o cumprimento pelos russos dos acordos sobre armas nucleares e pela intensificação de voos internacionais por bombardeiros estratégicos.
"A Rússia aumentou de forma significativa a escala, o número e o alcance dos voos pró-ativos de bombardeiros com capacidade nuclear em grande parte do mundo", acrescentou.
Os voos destes bombardeiros vão "do Japão a Gibraltar, de Creta à Califórnia e do Mar Báltico ao Mar Negro", detalhou.
Stoltenberg também criticou a Federação Russa por realizar grandes exercícios militares súbitos, que disse ser uma violação dos acordos internacionais, que obrigam os governos a partilhar informação sobre manobras previstas com antecipação e a convidar observadores.
Exercícios comunicados em cima da hora foram aproveitados para movimentar tropas russas, usadas para anexar a Crimeia em fevereiro de 2014, à semelhança de outros aproveitados para apoiar separatistas no leste ucraniano e acumular recursos militares na fronteira com a Ucrânia.
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