Juízes franceses investigam militares acusados de violação
Juízes de instrução franceses vão investigar as acusações de violação de crianças na República Centro-Africana feitas contra soldados franceses, anunciou hoje o procurador da República de Paris.
© DR
Estão em causa 14 militares franceses, três dos quais foram identificados, após testemunhos de seis crianças, entre os nove e os 13 anos, reunidos numa nota da ONU em 2014.
A investigação criminal é aberta "contra pessoas não identificadas por violação de menores" e "abuso da autoridade conferida pelas suas funções", assim como por "cumplicidade neste crime", precisou o procurador François Molins, num comunicado.
A pedido do Ministério da Defesa, o Ministério Público abriu um primeiro inquérito preliminar no final de julho de 2014. Nenhuma criança ou militar posto em causa foram ouvidos neste caso.
No comunicado, a procuradoria explica que quis ouvir primeiro a funcionária da ONU que escreveu o relatório, mas que o pedido do levantamento da imunidade necessário à audição foi recusado pelas Nações Unidas. A funcionária respondeu por escrito e a resposta chegou a 29 de abril.
De acordo com o relatório da ONU, os alegados abusos sexuais cometidos por militares franceses da operação Sangaris ocorreram no campo do aeroporto M'Poko da capital da República Centro-Africana, Bangui, entre finais de 2013 e maio-junho de 2014.
O caso foi revelado pelo diário britânico The Guardian na semana passada. A ONU e o Ministério da Defesa francês rejeitaram terem pretendido escondê-lo.
O Presidente francês, François Hollande, assegurou há uma semana que será "implacável" se se confirmarem as alegações de que militares franceses abusaram sexualmente de crianças na República Centro-Africana.
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