Perto de 7.000 migrantes estão detidos na Líbia
Perto de 7.000 migrantes que tentavam chegar à Europa por mar estão detidos na Líbia, indicou hoje um responsável em Tripoli, que pediu a ajuda dos países europeus, bem como dos vizinhos.
© Reuters
Mundo Tripoli
Os migrantes, a maioria de origem africana, foram detidos ao largo da Líbia ou antes de deixarem o país e estão colocados em 16 centros na região de Tripoli, em Misrata (200 quilómetros a leste da capital líbia) e em outros setores, disse Mohammed Abdelsalam Al-Qoueiri, responsável do departamento da luta contra a imigração clandestina.
Este departamento depende do governo paralelo instalado em Tripoli após a tomada da capital em agosto de 2014 por uma coligação de milícias designada Fajr Libya.
O governo líbio reconhecido pela comunidade internacional está instalado no leste do país, que mergulhou no caos desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011.
A situação anárquica na Líbia favoreceu a intensificação da migração clandestina através dos seus 1.770 quilómetros de costa mal controlada e dos 5.000 quilómetros de fronteiras permeáveis.
A costa da Líbia, no Mediterrâneo, encontra-se a pouco mais de 300 quilómetros da ilha italiana de Lampedusa, onde milhares de migrantes desembarcam todos os anos.
"Até 7.000 migrantes estão detidos nestes centros. São-lhes fornecidos alimentos, cobertores e cuidados médicos", disse Qoueiri, que se queixou das dificuldades da Líbia em lidar com a questão.
Segundo o responsável, em 2014 os migrantes eram repatriados depois de serem detidos, mas este ano o seu governo, como não é reconhecido pela comunidade internacional, não consegue arranjar aviões para os transportar.
Em 2014 "foram reenviados 25.251 migrantes, mas desde o início deste ano apenas foram 1.615", disse.
"Os países europeus devem suportar o fardo connosco e cooperar para repatriar os migrantes em aviões europeus. Porque é que a Líbia deve ser a única a assumir o custo da operação?", adiantou.
Além disso, como a maioria dos migrantes vem de países distantes, é necessário, segundo Qoueiri, que os países vizinhos também ajam para os travar.
Segundo a ONU, mais de 110.000 migrantes passaram pela Líbia em 2014.
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