Os cidadãos começaram na manhã de hoje a concentrar-se junto à câmara municipal de Seul e na praça de Gwanghwamun, no coração da capital, onde se encontram símbolos alusivos ao incidente e postos de informação instalados por representantes das famílias e organizações não-governamentais.
Cerca de 300 instituições e organizações privadas planeiam levar a cabo em todo o país cerimónias evocativas, às quais os cidadãos poderão assistir e prestar homenagem às vítimas com oferendas como crisântemos ou laços amarelos.
A principal cerimónia oficial convocada hoje pelo Governo em Seul poderá estar envolta em polémica, já que os familiares das vítimas ameaçaram não marcarem presença.
As famílias consideram que a Presidente Park Geun-hye e o seu Executivo estão a boicotar a investigação independente aberta pelo Parlamento sobre o incidente.
Além disso, temem que Park não cumpra a sua promessa de voltar a trazer à superfície o navio para encontrar os nove desaparecidos do naufrágio, pelo que mantêm uma luta intensa contra o Governo, que se traduziu em vários protestos, manifestações e comunicados nas últimas semanas.
Outra das grandes cerimónias de hoje terá lugar frente ao altar das vítimas em Ansan, localidade onde se encontra a escola a que pertenciam 250 estudantes e 11 professores que morreram no naufrágio.
Também está prevista a realização de uma cerimónia à porta fechada naquele centro educativo.
Na quarta-feira, véspera do primeiro aniversário do naufrágio, mais de cem familiares das vítimas realizaram um percurso de barco e frente à localidade de Jindo prestaram tributo aos seus entes queridos, nas mesmas águas em que o navio se afundou a 40 metros de profundidade.
O naufrágio do 'ferry' Sewol é considerada a maior tragédia humana da Coreia do Sul nas últimas décadas.
O capitão e 14 membros da tripulação, assim como dirigentes da empresa e funcionários públicos, foram punidos com penas de prisão por diversas irregularidades que provocaram o incidente.