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AMI investiu 2,4 milhões de euros no Sri Lanka

A Assistência Médica Internacional (AMI) investiu 2,4 milhões de euros no Sri Lanka nos últimos dez anos, após o tsunami de 26 de dezembro de 2004, em apoio social, nomeadamente junto dos lusodescendentes, disse o presidente da organização.

AMI investiu 2,4 milhões de euros no Sri Lanka
Notícias ao Minuto

07:20 - 22/12/14 por Lusa

Mundo Tsunami

Dez anos depois da catástrofe, o Sri Lanka é hoje "um outro país", muito diferente daquele que Fernando Nobre, fundador da AMI, encontrou no dia 28 de dezembro de 2004, dois dias depois do tsunami no Oceano Índico que fez pelo menos 280 mil mortos.

Os portugueses tiveram uma "forte reação emocional" ao desastre e a AMI conseguiu recolher donativos suficientes para fazer "um trabalho sustentável de continuidade", descreveu o responsável da fundação, que celebra este mês 30 anos de existência.

Fernando Nobre acredita que o facto de o acidente ter vitimado milhares de ocidentais, incluindo portugueses, fez com que o assunto se mantivesse durante "quase três semanas" na abertura dos telejornais, o que gerou uma onda inédita de ofertas de fundos.

Na última década, a AMI manteve-se como a única instituição portuguesa no Sri Lanka, país onde Portugal "tem um peso histórico" - Fernando Nobre recordou que a antiga Taprobana foi referida pelo poeta Luís Vaz de Camões na obra "Os Lusíadas". No país ainda existe uma comunidade de cerca de 5.000 lusodescendentes, que falam um crioulo baseado na língua portuguesa e ainda mantêm apelidos portugueses.

A organização apoia naquele país, "desde a primeira hora", um orfanato, a cerca de 70 quilómetros a sul de Colombo e, na capital, tem financiado uma instituição que promove o diálogo inter-religioso, enquanto na costa leste, onde se concentram os lusodescendentes, a AMI criou a fundação Sri Lanka Portuguese Burgher, com um grande centro social e cultural.

Na resposta de emergência ao desastre, a fundação AMI gastou perto de um milhão de euros no transporte de equipas médicas e voluntários, além de dez toneladas de alimentos, equipamentos e ajuda.

Dez anos depois, o Sri Lanka atravessa "uma expansão económica fortíssima" e o turismo voltou a crescer, enquanto as comunidades recuperaram, apesar de ainda persistirem "nichos de pobreza extrema", considera Fernando Nobre.

"Na altura, era um destino turístico de excelência e o país conseguiu recuperar, como se vê pela construção de novos hotéis e de um novo aeroporto em Colombo", relatou.

A AMI está a começar a "desinvestir pouco a pouco" da missão no Sri Lanka, numa altura em que outras regiões do Mundo necessitam de ajuda, como o Curdistão iraquiano, a Guiné-Bissau ou o Níger, adiantou Nobre.

O tsunami teve lugar no Oceano Índico a 26 de dezembro de 2004, com epicentro na Indonésia, provocando ondas gigantes que se arrastaram por milhares de quilómetros, passando pela Malásia, Tailândia, Myanmar (Birmânia), Maldivas, Sri Lanka, Índia, alcançando ainda a costa oriental de África. No total, foram atingidos 14 países, em particular Indonésia, Sri Lanka, Índia e Tailândia, causando milhares de mortos e desaparecidos.

No desastre morreram cinco portugueses.

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