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Portugueses surpreendidos com adesão a campanha de recolha de sangue

Quando os responsáveis portugueses por um projeto de saúde pediram aos habitantes da Guiné-Bissau para dar sangue, ninguém esperava que tantas pessoas se inscrevessem, referiu à Lusa um dos responsáveis pela campanha em curso até final do mês.

Portugueses surpreendidos com adesão a campanha de recolha de sangue
Notícias ao Minuto

11:31 - 18/11/14 por Lusa

Mundo Guiné-Bissau

"Os guineenses surpreenderam-nos muito", disse Mário Machado, coordenador do Programa Integrado para a Redução da Mortalidade Materno-Infantil (PIMI) - iniciativa do Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), governo guineense, União Europeia e Cooperação Portuguesa.

Em pouco mais de duas semanas, foram inscritos 335 novos doadores e recolhidas 135 dádivas nos seis hospitais do país onde o PIMI instalou este ano bancos de sangue e deu formação para a recolha e armazenamento (em Bôr, Canchungo, Cumura, Farim, Mansoa e São Domingos).

Os números marcam a diferença num país em que a falta de sangue é um problema crónico porque muitas pessoas, sem acesso a informação, receiam ficar doentes só por serem dadoras e, por outro lado, a falta de recursos têm impedido que se faça uma recolha eficiente.

Mário Machado acredita que os novos bancos de sangue podem ajudar a mudar o cenário, a par da campanha de sensibilização em curso, com os apoios da seleção de futebol da Guiné-Bissau, da RTP-África e da agência Lusa - e que deverá manter-se ativa em permanência.

"Anteriormente, em toda a Guiné Bissau, existiam apenas dois bancos, o que fazia com que a grande maioria das recolhas de sangue se destinassem a um doador específico, dado que não havia como o conservar", explicou.

O sangue permite salvar vidas quando ocorrem hemorragias graves, por exemplo, em acidentes ou partos com complicações e que exigem uma resposta rápida.

"Vamos tentar estabelecer uma rede de partilha de sangue entre as seis unidades de saúde para que as ruturas possam ser minimizadas", acrescentou Mário Machado.

"A experiência tem sido muito positiva e o trabalho muito gratificante. Os guineenses surpreenderam-nos muito e responderam prontamente ao nosso apelo, permitindo que todos os locais, de uma forma geral, tenham sangue armazenado e um número considerável de dadores inscritos", descreveu.

As equipas do PIMI que fazem as recolhas "recebem pessoas que muitas vezes percorrem quilómetros para dar sangue só porque viram um cartaz, viram na televisão ou ouviram o anúncio na rádio".

A campanha em curso também tem servido para "detetar infeções graves como seja pelo HIV e para fazer rastreio de outras doenças (anemia, Hepatite B)", acrescentou.

Outro objetivo da campanha é o de criar bases de dados de possíveis dadores, "previamente aprovados através de questionários e de testes médicos, melhorando as práticas de registo e de recolha de sangue efetuadas pelos técnicos nacionais".

Pretende-se ainda encontrar "dadores voluntários para que todo o processo de transfusão seja gratuito, isto é, espalhar a ideia que dar é sangue é partilhar vida e não uma forma de angariação de um rendimento extra. Vamos ver se esta prática se mantém no futuro", concluiu.

O Programa Integrado para a Redução da Mortalidade Materno-Infantil (PIMI) é uma iniciativa do Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), governo guineense, União Europeia e Cooperação Portuguesa.

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