"Os funcionários do Governo norte-americano cometeram um assassínio e violaram a soberania das nossas águas territoriais", disse, no sábado, na rede social X, o chefe de Estado de esquerda, que acrescentou aguardar explicações de Washington.
"O pescador Alejandro Carranza não tinha qualquer ligação ao narcotráfico e a sua atividade diária era a pesca", afirmou Petro, apontando para um colombiano que, segundo ele, foi morto em setembro durante um ataque das forças norte-americanas contra um barco.
Desde o início de setembro, as forças armadas dos Estados Unidos lançaram pelo menos seis ataques em águas próximas da Venezuela, que o Presidente republicano Donald Trump justifica com o combate ao tráfico de droga, e que já fizeram pelo menos 27 mortos, entre cidadãos da Venezuela, Colômbia e Trindade e Tobago.
No parlamento dos Estados Unidos, os democratas alegam que os ataques violam o direito norte-americano e a legislação internacional e alguns congressistas republicanos têm procurado mais informações junto da Casa Branca sobre a justificação legal e os detalhes dos ataques.
"Alejandro Carranza é pescador, crescemos em famílias de pescadores (...) não é justo que o bombardeassem assim. É um inocente que estava a sair para ganhar o pão de cada dia", disse Audenis Manjarres, familiar da vítima.
Manjarres disse à estação pública de televisão colombiana RTVC Noticias reconhecer o barco que aparece nos vídeos do ataque de 15 de setembro, transmitidos pelos meios de comunicação internacionais.
Gustavo Petro solicitou ainda ao Ministério Público da Colômbia que "conceda proteção imediata às famílias das vítimas e, se desejarem, associe-as às vítimas de Trindade e Tobago para iniciar processos judiciais internacionais e nos tribunais dos EUA".
Horas antes, o Presidente confirmou o regresso ao país de um cidadão colombiano, sobrevivente de um ataque norte-americano contra um submarino que alegadamente transportava droga no mar das Caraíbas.
"Recebemos com satisfação o colombiano preso no narcossubmarino, estamos felizes por ele estar vivo e será julgado de acordo com as leis", disse Petro, na rede social X, sem fornecer mais detalhes.
No sábado, Donald Trump anunciou que os dois sobreviventes do sexto ataque norte-americano contra embarcações no mar das Caraíbas foram devolvidos aos países de origem, Equador e Colômbia.
Quatro "narcoterroristas" estavam a bordo do submarino e dois foram mortos, escreveu Trump na rede social que detém, a Truth Social.
O equatoriano que sobreviveu ao ataque já se encontra no Equador, onde irá enfrentar um processo criminal, confirmou o Governo.
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