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Protestos contra poluição na Tunísia resultam em dezenas de detenções

Dezenas de pessoas foram detidas hoje em Gabès, no sul da Tunísia, após vários dias de protestos exigindo o encerramento de uma fábrica de produtos químicos acusada de causar poluição grave.

Protestos contra poluição na Tunísia resultam em dezenas de detenções

© Chedly Ben Ibrahim/NurPhoto via Getty Images

Lusa
18/10/2025 20:47 ‧ há 10 horas por Lusa

O complexo químico em causa - que utiliza ácido sulfúrico e amoníaco para a produção de fertilizantes à base de fosfato - tem sido alvo de contestação há vários anos devido aos elevados níveis de contaminação ambiental.

 

"As detenções foram de pessoas que se manifestavam à noite", disse o advogado Mehdi Talmoudi, explicando que as manifestações diurnas decorreram "em grande parte de forma pacífica", mas que os protestos noturnos "resultaram por vezes em confrontos com as forças de segurança e na queima de pneus".

Segundo Khayreddine Debaya, coordenador do movimento Stop Pollution, "mais de 100 pessoas foram detidas" até à manhã de hoje, incluindo "70 apenas na última noite", algumas das quais "retiradas das suas casas".

A mobilização começou na quarta-feira, após a divulgação de vídeos mostrando estudantes a serem socorridos por terem adoecido devido à inalação de gases tóxicos.

Desde esse dia, milhares de residentes saíram às ruas, no que ativistas descrevem como "a maior manifestação em vários anos" em Gabès, uma cidade industrial à beira do Mediterrâneo.

Os moradores acusam a fábrica de despejar resíduos no mar e de aumentar a emissão de gases nocivos.

De acordo com dados oficiais, quase 200 pessoas de bairros próximos receberam tratamento médico no último mês por sintomas de "envenenamento".

Apesar de o Governo da Tunísia ter prometido, em 2017, desmantelar o complexo e substituí-lo por uma instalação que cumpra normas ambientais internacionais, o projeto nunca avançou.

A indústria do fosfato, principal recurso natural tunisino, continua a ser "um pilar da economia", segundo o Presidente, Kais Saied, que pretende quintuplicar a produção de fertilizantes até 2030.

A presidência tunisina anunciou hoje que Saied convocou dois deputados da região para discutir "a situação ambiental em Gabès", garantindo que "estão em curso trabalhos para encontrar soluções urgentes para a poluição".

No comunicado, o chefe de Estado tunisino alertou ainda contra "aqueles que procuram explorar a crise ambiental em benefício próprio", acusando "conspiradores abastecidos com dinheiro estrangeiro" de instigarem os protestos.

Leia Também: Zero assinala poluição de resíduos elétricos e eletrónicos em Portugal

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