"Devemos integrar as forças policiais e de inteligência venezuelanas e colombianas, tal como devemos integrar as forças de inteligência e públicas colombianas e equatorianas", afirmou Gustavo Petro, na sexta-feira.
O chefe de Estado assinalou que a integração já está em curso com o Brasil, mas deve ser alargada ao Peru e à Bolívia para "construir verdadeiramente uma política eficaz em toda a América do Sul e Caraíbas".
Petro falava durante um discurso de 40 minutos, transmitido pela televisão, no qual reiterou a discordância com a decisão dos Estados Unidos de retirar a Colômbia da lista de países que combatem o tráfico.
O Presidente afirmou que as autoridades conseguiram controlar Buenaventura, o principal porto da Colômbia no Pacífico, e o porto de Tumaco, por onde era enviada uma grande quantidade de cocaína para a Europa e para os Estados Unidos.
No entanto, Petro lamentou que a droga produzida no país passou a dirigir-se para o Equador.
"A maior parte das exportações de cocaína pelo Pacífico está a ser realizada através dos portos equatorianos, deixando um rasto de mortes para o Equador e fazendo do Equador uma plataforma de exportação de cocaína maior do que a que existe atualmente na Colômbia", admitiu o governante.
"Isto não é uma boa notícia para a Colômbia; talvez seja um alívio, talvez demonstre que somos eficazes no combate ao narcotráfico e que podemos ser ainda mais eficazes. Mas este movimento das máfias em direção ao Equador é obviamente um problema para o Equador", afirmou Petro.
O Presidente disse ter pedido à polícia colombiana que se integre com a polícia equatoriana "para que também se possam tornar eficazes no combate ao tráfico de droga".
Petro aproveitou para reiterar que o Cartel dos Sóis --- um grupo de tráfico de droga classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos --- não existe.
Os Estados Unidos acusam o Presidente da Venezuela de estar ligado ao Cartel dos Sóis e, para combater o tráfico de droga, ordenaram um destacamento militar nas Caraíbas e aumentaram a recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro para 50 milhões de dólares.
Gustavo Petro anunciou ainda que irá substituir o diretor da polícia da Colômbia, general Carlos Triana.
"Solicitei a substituição do diretor; fez um ótimo trabalho, mas há algumas falhas que acredito que devemos abordar profundamente", afirmou o Presidente.
Petro mencionou a morte de 13 polícias em agosto, num ataque a um helicóptero anti-droga numa zona rural do noroeste da Colômbia, reivindicado pelo grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional.
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