O relatório, apresentado por um grupo que inclui a Amnistia Internacional, acusa o governo norte-americano de cometer violações "generalizadas" dos direitos humanos e dos direitos dos refugiados.
As organizações apontam para o desaparecimento de centenas de migrantes sob custódia do governo, detenções arbitrárias "e ilegais", condições "insuportáveis", negligência médica e "abuso em prisões de imigração".
Acusam ainda o governo de deportar migrantes para países onde enfrentam condições perigosas e de tentar ocultar os abusos, bloqueando o acesso a advogados e retaliando contra "advogados, jornalistas, ativistas e funcionários públicos".
"A administração Trump tem sujeitado a assédio e intimidação generalizados imigrantes através de táticas de desaparecimento e detenção em massa que levaram à separação de famílias", afirmou em comunicado Margaret Cargioli, diretora de políticas e advocacia do Immigrant Defenders Law Center (ImDef), uma das organizações que elaboraram o relatório.
Na queixa, a coligação pede à CIDH que solicite à administração Trump que permita visitas aos centros de detenção para verificar as condições em primeira mão.
Apela ainda a que sejam recolhidas mais informações sobre os abusos mencionados e publicado um relatório independente.
A CIDH tem como principal objetivo promover a observância e a defesa dos direitos humanos na região, atuando também como órgão consultivo da Organização de Estados Americanos (OEA) na matéria.
A CIDH é constituída por sete membros independentes (comissários), eleitos pela Assembleia Geral da OEA na sua qualidade pessoal e que não representam os respetivos países de origem.
O trabalho da CIDH tem três pilares: o Sistema de Petição Individual; monitorização da situação dos direitos humanos nos Estados-membros; e atenção a linhas temáticas prioritárias.
A denúncia contra Trump junta-se a dezenas de outras apresentadas por organizações dentro e fora dos Estados Unidos, incluindo vários funcionários da ONU, contra diferentes aspetos da campanha do governo Trump para deter e deportar um número "histórico" de migrantes.
Cumprindo as suas promessas eleitorais, o governo norte-americano implementou várias operações para deter migrantes em várias cidades do país, com foco nas últimas semanas em Chicago, onde os agentes federais detiveram mais de 1.500 pessoas desde 09 de setembro, segundo dados oficiais.
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