"Atacamos um submarino, um submarino carregado de droga, construído especificamente para transportar grandes quantidades de droga", disse Trump.
"Só para que percebam, este não era um grupo inocente. Não conheço muitas pessoas que possuam submarinos, e este foi um ataque a um submarino carregado de droga", declarou Trump ao ser questionado pela imprensa na Casa Branca sobre a mais recente operação do destacamento militar norte-americano nas Caraíbas.
O novo ataque - no âmbito de uma campanha que Donald Trump justifica com o combate ao tráfico de droga - foi, pelo menos, o sexto em águas próximo da Venezuela desde o início de setembro e o primeiro a resultar em sobreviventes resgatados pelos militares norte-americanos.
Um responsável da Defesa e outra fonte ligada à operação militar adiantaram à AP que foram resgatados sobreviventes do ataque, que se encontram agora detidos num navio da Marinha norte-americana, estando em aberto qual será o seu destino.
Segundo a AP, o cenário jurídico dos detidos é incerto, nomeadamente se são agora considerados prisioneiros de guerra ou arguidos num processo criminal.
Trump não se pronunciou sobre qual será o destino dos sobreviventes do ataque, que segundo a EFE são dois.
Ao contrário dos anteriores, o ataque de quinta-feira não foi imediatamente anunciado pelo Presidente ou membros do seu executivo.
O ataque foi levado a cabo por membros do Comando Sul do exército norte-americano, de acordo com responsáveis citados pela televisão CBS.
Na quarta-feira, Donald Trump afirmou que naquela zona "o mar está muito bem controlado" e que "certamente" estão a ser avaliados ataques em terra.
Confrontado com uma notícia do New York Times de que tinha autorizado operações secretas da CIA na Venezuela contra o governo, incluindo "neutralizar" o Presidente Nicolás Maduro, Trump não negou.
Os ataques foram desencadeados após um aumento da presença das forças marítimas norte-americanas nas Caraíbas, sem precedentes nos últimos anos, incluindo submarinos nucleares, lança-mísseis e aviões de combate de última geração.
Desde o início de setembro, estes ataques em águas próximas da Venezuela fizeram pelo menos 27 mortos.
Trump justificou a ação militar afirmando que as interdições da Guarda Costeira norte-americana "nunca funcionaram" e que cada uma das embarcações visadas transporta droga suficiente para causar milhares de mortes por 'overdose'.
A administração Trump afirma estar a tratar os alegados traficantes de droga como combatentes ilegais que devem ser enfrentados com força militar.
Trump identificou os alvos dos ataques norte-americanos como membros do cartel Tren de Aragua, um grupo criminoso venezuelano estabelecido em vários países e classificado por Washington como organização terrorista.
Washington acusa o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar uma rede de narcotráfico e recentemente aumentou para 50 milhões de dólares a recompensa pela sua captura.
Maduro negou qualquer ligação com o tráfico de droga.
No Congresso, os democratas alegam que os ataques violam o direito norte-americano e a legislação internacional e alguns congressistas republicanos têm procurado mais informações junto da Casa Branca sobre a justificação legal e os detalhes dos ataques.
Na semana passada, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, disse aos líderes militares que o Governo norte-americano quer "forçar uma mudança de regime" no país sul-americano.
A Assembleia Nacional (AN, parlamento) venezuelana aprovou entretanto um Projeto de Lei dos Comandos para a Defesa na Íntegra da Venezuela, que tem como objetivo "integrar" o poder militar, policial e a sociedade perante "as ameaças" dos Estados Unidos.
Maduro lançou um programa de manobras militares em todo o país, prevendo o envio de forças para os dois maiores bairros operários de Caracas, e prometeu ainda operações nos estados de Táchira, Apure e Amazonas, na porosa fronteira com a Colômbia, por onde transita parte da cocaína colombiana.
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