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BNP Paribas obrigado a pagar 17,8 milhões por cumplicidade com al-Bashir

Um tribunal de Nova Iorque decretou hoje que o banco francês BNP Paribas vai ter de pagar mais de 20 milhões de dólares em indemnizações por ter financiado a violência do regime de Omar al-Bashir, no Sudão.

BNP Paribas obrigado a pagar 17,8 milhões por cumplicidade com al-Bashir

© Getty Images

Lusa
17/10/2025 22:05 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Sudão

De acordo com a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), os jurados decidiram que as ações desta instituição financeira contrinuíram para o sofrimento de cada um dos três queixosos que iniciaram este processo civil e atribuíram-lhes uma indemnização por danos no valor total de 20,75 milhões de dólares, cerca de 17,8 milhões de euros.

 

Os três cidadãos sudaneses, dois homens e uma mulher sem laços familiares, agora cidadãos americanos, queixaram-se à justiça, alegando que o banco francês facilitou transações comerciais que financiaram o exército e as milícias do regime de Omar al-Bashir, que governou este país africano durante três décadas, até ser destituído, em 2019.

Os sudaneses relataram ao tribunal ter sido presos, torturados, espancados, queimados com cigarros, cortados com facas por soldados sudaneses e milicianos Janjawid - destacados e equipados por Cartum -, enquanto os seus bens foram roubados ou destruídos.

O júri composto por oito pessoas concedeu 7,3 milhões de dólares (6,2 milhões de euros) a Entesar Osman Kasher, 41 anos, encarcerada e violada várias vezes, segundo o seu testemunho.

Abulgasim Suleman Adballa, nascido em 1976, agricultor e criador de gado antes de fugir do seu país natal, e Turjuman Ramadan Turjuman, nascido em 1959, juiz e depois advogado de direitos humanos, devem receber, respetivamente, 6,7 e 6,75 milhões de dólares, cerca de 5,7 milhões de euros.

O banco francês, ativo no Sudão desde o final da década de 1990 até 2009, forneceu cartas de crédito no âmbito de contratos comerciais de importação e exportação, o que garantia que, caso o comprador não honrasse o contrato, o vendedor teria a certeza de receber o dinheiro.

De acordo com o banco, nunca foi preciso acionar estas 'cartas de conforto', porque ambas as partes cumpriram os acordos financeiros.

Durante este processo, que durou mais de um mês, o BNP Paribas argumentou que a sua responsabilidade não tinha sido demonstrada e que o regime de Omar al-Bashir teria cometido as mesmas violações se o banco não tivesse emitido essas cartas de crédito.

Leia Também: Sudão: Pelo menos 26 mortos e 30 feridos em ataques das RSF no centro-sul

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