"Levará tempo para reduzir a fome" em Gaza, disse a porta-voz do PAM, Abeer Etefa, aos jornalistas, numa conferência de imprensa realizada em Genebra, na Suíça.
"Atualmente, temos cinco pontos de distribuição operacionais, mais próximos da população (...) O nosso objetivo é mobilizar 145", explicou.
"As condições em Gaza são extremamente desafiantes. O acesso rodoviário, a capacidade de armazenamento, a deslocação comunitária e as pessoas que regressam a casa, o abastecimento alimentar de que necessitamos em grande escala... Ainda estamos muito longe de atingir esta meta", admitiu a porta-voz.
Etefa acrescentou que a necessidade mais urgente é a de "abertura das cinco passagens fronteiriças" para o território, "a fim de inundar Gaza com alimentos e estabelecer rapidamente estes pontos de distribuição", de forma a repor o que existia "antes da intensificação dos combates em Gaza".
Até hoje, apenas os pontos de entrada de Kerem Shalom (sul) e Kissufim (centro-leste) foram abertos, lamentou.
"O plano é aumentar gradualmente a ajuda para chegar a 1,6 milhões de pessoas em Gaza nos próximos três meses", adiantou.
"É crucial tornar estas aberturas eficazes para poder entregar dezenas de milhares de toneladas de ajuda pré-posicionada", confirmou o porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Jens Laerke.
Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa'ar, anunciou que a passagem de Rafah, que liga a Faixa de Gaza e o Egito, "reabriria provavelmente no domingo".
A ONU e as principais organizações não-governamentais humanitárias têm pedido a reabertura urgente da passagem, uma vez que a Faixa de Gaza enfrenta uma grave crise humanitária, depois de mais de dois anos de guerra, que começou em outubro de 2023, após um ataque do grupo islamita Hamas contra Israel.
Em agosto passado, peritos parceiros da ONU alertaram para uma situação de fome em algumas partes do território.
Israel contestou estas alegações, acusando o Hamas de saquear ajuda humanitária.
O acordo de cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor a 10 de outubro, prevê a abertura da passagem de Rafah após o cessar-fogo e a libertação dos reféns israelitas pelo Hamas.
Embora o Hamas tenha libertado a tempo os 20 reféns sobreviventes, não entregou a Israel todos os restos mortais dos reféns mortos mantidos na Faixa de Gaza.
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