Segundo a porta-voz do ministério do Comércio, He Yongqian, a deslocação de Li aos Estados Unidos, entre 27 e 29 de agosto, integrou os intercâmbios bilaterais destinados a implementar os consensos alcançados durante a última conversa telefónica entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump.
Durante a visita, Li, também responsável pelas Relações Económicas Internacionais, reuniu-se com responsáveis norte-americanos para discutir as relações comerciais e expressar a preocupação de Pequim face a medidas restritivas de Washington, como as investigações ao abrigo da Secção 301 e os controlos impostos ao setor naval.
He afirmou que a China demonstrou uma "atitude construtiva" nas consultas, mas que a "postura negativa" dos Estados Unidos obrigou o país a adotar contramedidas, incluindo a imposição de taxas portuárias a navios norte-americanos "em conformidade com os regulamentos relevantes".
As declarações surgem após Bessent ter descrito Li como "desequilibrado", acusando-o de ter-se apresentado em Washington "sem convite" e com um discurso "inflamatório".
De acordo com órgãos de comunicação norte-americanos, o secretário do Tesouro afirmou que Li advertiu que a China "provocaria o caos mundial" caso Washington prosseguisse com o plano de aplicar tarifas aos navios chineses.
O Ministério do Comércio chinês reiterou que as medidas dos Estados Unidos refletem "unilateralismo e protecionismo", prejudicando tanto as indústrias chinesas como a competitividade e o emprego nos EUA, além de causarem instabilidade nas cadeias globais de fornecimento.
Pequim apelou assim a Washington para que "reconheça os seus erros" e retome a via do "diálogo e cooperação" com vista à estabilização das relações comerciais.
As tensões entre as duas maiores economias do mundo intensificaram-se nas últimas semanas, após a ampliação das restrições tecnológicas impostas por Washington e da ameaça de tarifas de 100% sobre todos os produtos chineses a partir de novembro, em resposta aos controlos chineses à exportação de terras raras.
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