Em declarações à imprensa na quinta-feira, Álvarez, que é também presidente do Conselho de Ministros, sublinhou que "não pode ser simplesmente uma declaração etérea, mas deve ser acompanhada de um pacote de medidas".
No âmbito do estado de emergência, as forças armadas podem apoiar a polícia na retoma do controlo territorial e na execução de ações contra o crime organizado. Alguns direitos fundamentais, como a liberdade de reunião e de circulação, podem ser alvo de restrições.
Álvarez acrescentou que o presidente interino, José Jerí, instruiu o executivo para preparar um pacote de medidas o mais rapidamente possível e que, quando as tiver, fará um anúncio oficial.
"Ninguém aqui está a encobrir ninguém, ninguém vai tentar tomar medidas insubstanciais", afirmou o ministro, que "não descarta" impor um recolher obrigatório na região de 10 milhões de habitantes que circunda Lima.
O anúncio aconteceu um dia depois de pelo menos uma pessoa ter morrido e mais de 100 ficado feridas durante confrontos ocorridos em manifestações organizadas por jovens em várias cidades do Peru.
Segundo a agência de notícias EFE, a vítima, o 'rapper' Eduardo Ruiz, de 32 anos, não resistiu a ferimentos provocados pelo disparo de uma arma de fogo, durante uma manifestação em Lima.
O músico, conhecido por 'Trvko', foi morto a tiro por um polícia que agiu por iniciativa própria e será expulso da polícia, anunciou o chefe geral da polícia peruana, Oscar Arriola.
De acordo com as autoridades peruanas, mais de uma centena de pessoas ficaram feridas, entre as quais 84 polícias, 29 manifestantes e dez jornalistas, em vários pontos do país. Pelo menos 10 pessoas foram detidas.
Na quarta-feira, milhares de pessoas, sobretudo jovens, em várias cidades do Peru, manifestaram-se contra o Governo e o parlamento num protesto contra a corrupção e o aumento da insegurança e do crime organizado.
Os manifestantes contestaram também a tomada de posse do presidente do Parlamento, José Jerí, como chefe de Estado interino, após a destituição da Presidente Dina Boluarte, na semana passada.
"Não vou demitir-me, continuarei a assumir as minhas responsabilidades", garantiu Jeri à imprensa.
O novo ministro do Interior (correspondente à Administração Interna), Vicente Tiburcio, lamentou a morte do manifestante e indicou que ordenou uma investigação, acrescentando que a força policial destacada para o protesto não se encontrava na zona de Lima onde o jovem morreu.
"Algumas pessoas disfarçaram-se com capacetes e cobriram-se, carregando mochilas e objetos contundentes", acrescentou o ministro.
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