Segundo um comunicado divulgado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Wang Wentao e Tim Cook trocaram opiniões sobre as relações económicas e comerciais bilaterais e sobre as operações da gigante tecnológica norte-americana na China.
Wang afirmou que, sob a "orientação estratégica" dos presidentes dos dois países, as equipas económicas e comerciais realizaram quatro rondas de negociações desde maio, com o objetivo de estabilizar a relação bilateral.
O governante atribuiu as recentes flutuações nos laços comerciais à "intensa aplicação de novas medidas restritivas pelos Estados Unidos contra a China", após a mais recente ronda de diálogo, em Madrid.
As medidas de Washington "prejudicaram gravemente os interesses chineses e deterioram o clima negocial", vincou.
Wang exortou Washington a manter um diálogo "em pé de igualdade" e a criar um ambiente "mais estável e previsível" para as empresas dos dois países.
O ministro garantiu que o Governo chinês "continuará a promover uma abertura de alto nível e a melhorar o ambiente de negócios", tendo convidado a Apple a "aprofundar a cooperação e aumentar o investimento" no país.
De acordo com a Xinhua, Tim Cook expressou a disponibilidade da Apple em "continuar a reforçar o seu compromisso com a China" e em "participar ativamente no seu desenvolvimento de alta qualidade".
Cook sublinhou que uma relação económica sólida entre a China e os Estados Unidos "é crucial para a estabilidade e o desenvolvimento da economia global".
O encontro decorre num momento de crescente tensão na guerra comercial entre Pequim e Washington, após as ameaças do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas de 100% sobre todos os produtos chineses a partir de novembro e as recentes restrições chinesas à exportação de terras raras, minerais essenciais para a indústria tecnológica.
Nos últimos dias, Cook reuniu-se também com o vice-primeiro-ministro e o representante comercial da China, He Lifeng, e com o ministro da Indústria e Tecnologia da Informação, Li Lecheng, ocasiões em que as autoridades chinesas reiteraram o compromisso com a abertura e o empresário norte-americano manifestou a intenção de a Apple continuar a aumentar o investimento e a cooperação no país.
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