O jornal Miami Herald avançou na quinta-feira, sem especificar as fontes, que a vice-presidente venezuelana e o irmão, Jorge Rodríguez, teriam falado com Washington sobre a destituição de Maduro em troca da permanência no poder.
"FALSO!! Mais um órgão de comunicação social a contribuir para a guerra psicológica contra o povo venezuelano. Não têm ética nem moral e promovem exclusivamente a mentira e a podridão", escreveu Delcy Rodríguez.
"A Revolução Bolivariana assenta num alto comando político-militar unido em torno da vontade do povo", acrescentou a vice-presidente, na plataforma de mensagens Telegram.
A mensagem incluía uma foto de Rodríguez ao lado do chefe de Estado e a legenda: "Juntos e unidos com o Presidente Maduro".
O Miami Herald afirmou que Rodriguez fez a proposta através de mediadores no Qatar, país que intermediou trocas de prisioneiros entre os Estados Unidos e a Venezuela.
Na quarta-feira, outro jornal norte-americano, New York Times, tinha avançado que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou operações da CIA, a agência civil de inteligência estrangeira, na Venezuela contra o Governo, incluindo para "neutralizar" Maduro.
Confrontado com a notícia por jornalistas na Sala Oval da Casa Branca, Trump não negou.
"Essa é uma pergunta ridícula para me fazer. Não é propriamente uma pergunta ridícula, mas não seria ridículo da minha parte respondê-la?", disse o republicano.
Na mesma ocasião, Trump afirmou que está a considerar ataques terrestres de forças norte-americanas em território venezuelano contra traficantes de droga.
"Não quero dizer mais nada, mas estamos agora a considerar ataques terrestres", afirmou o Presidente, em resposta à questão de um jornalista sobre a extensão das operações militares, que afirma visarem cartéis de tráfico de droga.
Washington acusa Maduro de liderar uma rede de narcotráfico e recentemente aumentou para 50 milhões de dólares a recompensa pela sua captura. Maduro negou qualquer ligação com o tráfico de droga.
Também na quarta-feira, Maduro acusou os Estados Unidos de pretenderem uma mudança de regime na Venezuela e acusou a CIA de envolvimento em golpes de Estado na região.
Na quinta-feira, o representante permanente da Venezuela junto das Nações Unidas acusou os Estados Unidos de quererem "impor um golpe de Estado" no seu país e pediu ao Conselho de Segurança que "investigue os assassinatos que têm perpetrado".
"nesta região já é conhecido o seu histórico tenebroso, com processos de desestabilização, sabotagem, contra-insurgência, planeamento de golpes de Estado e magnicídios", afirmou Samuel Moncada.
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