"O desenlace da OPA do BBVA sobre o Banco Sabadell confirma aquilo que sempre defendemos; um sistema bancário adaptado à realidade da Catalunha e do seu tecido empresarial", escreveu Salvador Illa, na rede social X.
O líder do executivo regional catalão (Generalitat) elogiou "o papel exemplar" dos organismos reguladores nacionais (Banco de Espanha e comissões nacionais dos mercados de valores e da concorrência) e defendeu que "agora é precisar olhar em frente", após o fim de um processo que demorou quase um ano e meio.
O BBVA não conseguiu levar a bom porto a Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil sobre o banco catalão Sabadell, não alcançando sequer 26% do capital da instituição financeira, disse hoje a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha.
O banco basco BBVA conseguiu 25,47% do capital do Sabadell, muito longe do objetivo inicial de 50%, que lhe teria dado o controlo do banco catalão.
El desenllaç de l’opa del BBVA sobre el Banc Sabadell confirma el que sempre hem defensat: un sistema bancari adaptat a la realitat de Catalunya i del seu teixit empresarial.
— Salvador Illa Roca (@salvadorilla) October 16, 2025
Destaquem el paper exemplar dels òrgans i autoritats reguladores: Banc d’Espanya, CNMC i CNMV.
Ara cal…
A OPA estava formalmente em curso desde 08 de setembro, com uma proposta do BBVA de uma ação sua por cada 4,8376 ações do Sabadell, avaliando cada ação catalã em 3,39 euros - o valor mais alto em mais de uma década.
O banco basco havia definido como requisito mínimo obter 50% do capital do Sabadell. Caso conseguisse entre 30% e 50%, poderia manter a participação, mas seria obrigado a lançar uma segunda OPA totalmente em dinheiro - ao contrário da atual, que propunha apenas a troca de ações.
Qualquer participação abaixo de 30% significaria o fracasso total da oferta, como agora se confirmou.
A tentativa de fusão do BBVA com o Sabadell visava criar um dos maiores bancos europeus, com cerca de um bilião de euros em ativos, mais de 135 mil trabalhadores no mundo (incluindo 19.213 do Sabadell) e mais de 7.000 agências.
A nova entidade teria superado o CaixaBank (proprietário do BPI) em ativos, tornando-se o segundo maior banco de Espanha, atrás apenas do Santander.
Desde o lançamento da OPA, em maio de 2024, o processo enfrentou várias dificuldades regulatórias.
O regulador do mercado aprovou a operação apenas em abril deste ano, e o Governo espanhol condicionou a fusão à manutenção separada das personalidades jurídicas, patrimónios e gestões de ambos os bancos durante três anos, com possibilidade de prolongamento por mais dois. Bruxelas abriu um processo de infração devido à legislação que permitiu ao Governo impor essas condições.
Além do Governo de Espanha, também o executivo regional da Catalunha (ambos liderados pelos socialistas) manifestou reservas à fusão dos dois bancos
A OPA foi ainda criticada por cerca de 70 associações empresariais e sindicatos.
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