A implosão do submersível Titan, que provocou a morte a cinco pessoas em junho de 2023 durante uma expedição aos destroços do Titanic, ocorreu devido a falhas de engenharia e a erros nos testes da embarcação.
As conclusões são de um relatório oficial divulgado pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB), divulgado na quarta-feira. Segundo o documento, o processo de engenharia era "inadequado" e não cumpria os requisitos de resistência e durabilidade.
Além disso, acusa o NTSB, a OceanGate, operadora da embarcação, não testou adequadamente o Titan nem conhecia a sua real resistência e durabilidade.
A engenharia defeituosa do Titan "resultou na construção de um vaso de pressão composto de fibra de carbono que continha múltiplas anomalias e não cumpria os requisitos necessários de resistência e durabilidade", lê-se no relatório, citado pela imprensa norte-americana.
Além disso, a empresa "não conseguiu estabelecer a resistência e a durabilidade reais do vaso de pressão" e operou "um vaso de composto de fibra de carbono que sofreu danos por delaminação que foram posteriormente exacerbados por danos adicionais de origem desconhecida, resultando numa estrutura interna danificada que levou a uma falha de flambagem local do vaso de pressão".
Recorde-se que o submersível Titan desapareceu a 18 de junho de 2023, com cinco milionários a bordo, durante uma visita aos destroços do Titanic Após quatro dias de buscas, as autoridades anunciaram que o Titan tinha implodido e todos os passageiros estavam mortos.
A expedição que terminou em tragédia foi organizada pela empresa de turismo marítimo OceanGate Expeditions, cujo diretor-executivo, Stockton Rush, era o piloto do submarino e uma das vítimas do acidente.
Morreram também na implosão do Titan o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman Dawood, assim como o milionário Hamish Harding e o ex-comandante da Marinha Francesa Paul-Henry Nargeolet, especialista no naufrágio do Titanic.
O Titan tinha 6,5 metros de comprimento por 3 de largura, pesava mais de 10 toneladas e era feito de fibra de carbono e titânio. Viajava a uma velocidade de 5,5 km/h e era impulsionado por quatro propulsores.
Em fevereiro, a Guarda Costeira dos Estados Unidos divulgou uma gravação de 20 segundos que se acredita ter registado o momento da implosão do submersível.
A divulgação do áudio ocorreu no âmbito de uma investigação em curso sobre o acidente, segundo a imprensa norte-americana.
"Um gravador acústico passivo ancorado da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), a cerca de 900 milhas do local da implosão do submersível Titan, registou a acústica suspeita da implosão do submersível Titan, a 18 de junho de 2023", indicou a Guarda Costeira.
A gravação mostra ainda que a implosão terá corrido pelas 9h34 locais, cerca de 90 minutos depois de o Titan ter submergido, por volta das 8h00, ao largo da costa da Terra Nova, no Canadá.
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