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Governo israelita admite reabertura da passagem de Rafah no domingo

A passagem de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, "será provavelmente reaberta no domingo", indicou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa'ar.

Governo israelita admite reabertura da passagem de Rafah no domingo

© Getty Images/Hani Alshaer/Anadolu

Lusa
16/10/2025 19:39 ‧ há 2 horas por Lusa

"A passagem de Rafah será provavelmente reaberta no domingo. Estamos a fazer todos os preparativos e acordos necessários para isso", disse o chefe da diplomacia israelita à margem de uma reunião de ministros do Mediterrâneo em Nápoles, no sul de Itália.

 

No entanto, não especificou se a passagem seria aberta apenas para o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza ou à circulação de pessoas.

O acesso à Faixa de Gaza --- totalmente controlado por Israel continua a ser altamente restrito, mas é esperado que, no âmbito do cessar-fogo acordado com os islamitas do Hamas, as autoridades israelitas abram a crucial passagem de Rafah à ajuda humanitária.

Atualmente, Israel permite a entrada de ajuda humanitária sobretudo através da passagem de Kerem Shalom, no sul do território, mas as organizações humanitárias criticam atrasos administrativos e excessivos controlos de segurança.

De volta às ruínas da Cidade de Gaza, desde a entrada em vigor do cessar-fogo, na passada sexta-feira, milhares de habitantes estão a montar tendas ou abrigos improvisados no meio dos escombros, relatou a agência de notícias France-Presse (AFP).

Em todo o território palestiniano, a propagação de epidemias está "fora de controlo", alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS), avisando que apenas 13 dos 36 hospitais do território estão a funcionar parcialmente.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, foi o principal impulsionador do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, negociado ao longo de vários dias em Sharm el-Sheikh, no Egito, com a mediação de delegações egípcias, do Qatar e turcas.

Nesta fase, foi acordada a trégua na Faixa de Gaza, em vigor desde sexta-feira, a retirada gradual das forças israelitas, a entrada em massa de ajuda humanitária no enclave palestiniano e a troca de reféns por prisioneiros

A segunda fase deverá abordar a reconstrução, bem como o desarmamento do Hamas e a governação do enclave.

Nas declarações, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita alertou que, apesar dos progressos no cessar-fogo e da implementação de medidas humanitárias, o principal obstáculo para alcançar uma solução duradoura continua a ser o Hamas.

Sa'ar descreveu o grupo islamita como uma organização que controla grande parte do enclave palestiniano, mas que mantém a recusa em desarmar-se, condição central do plano dos mediadores internacionais para o território.

Para o chefe da diplomacia de Telavive, o desarmamento e a desmilitarização na Faixa de Gaza são essenciais para garantir a segurança de ambos os lados: "Esta é uma questão que devemos abordar com firmeza se queremos alcançar uma paz real entre israelitas e palestinianos".

Nesse sentido, reiterou a acusação contra o Hamas por "violar o acordo", acusando-o de reter os corpos de 19 reféns israelitas e que já deviam ter sido entregues no âmbito do entendimento.

"Sabemos que podem entregá-los, mas não querem. Estão a usá-los como último recurso", criticou, adicionando que "isto demonstra mais uma vez a natureza bárbara do Hamas".

Sa'ar apelou à comunidade internacional para que seja clara em "impedir isto", ao mesmo tempo que defendeu que o sucesso do plano para o território depende de uma "implementação gradual e rigorosa" que crie confiança entre as partes.

"No geral, estamos empenhados neste plano e já cumprimos não só o cessar-fogo, não só a primeira parte da retirada ]militar] prevista no acordo, mas também as disposições humanitárias. Aguardamos com expectativa a implementação de todas as outras questões relevantes e importantes", declarou.

Além disso, insistiu que o plano ainda está numa primeira fase e que deve ser totalmente aplicado para que faça sentido abordar uma solução final para o conflito.

"Não procuramos uma solução amanhã. Estamos na primeira fase. Queremos estabilizar primeiro a situação em Gaza e temos de continuar a progredir porque não queremos que isto saia do controlo", acrescentou.

Gideon Sa'ar acusou ainda a Autoridade Nacional Palestiniana de financiar terroristas e as famílias e de "envenenar as mentes das novas gerações", através do sistema educativo, manuais escolares, mesquitas e meios de comunicação social.

O ministro comentou que os membros da Autoridade Palestiniana "falam em reformas, mas não implementam nenhuma substancial", e sustentou uma solução para o conflito que ultrapasse o problema israelo-palestiniano e abranja toda a região do Médio Oriente e o desmantelamento de grupos armados que operam como "terceiros estados".

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Leia Também: Huthis anunciam morte de chefe do Estado-Maior em bombardeamento israelita

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