"Se o Hamas continuar a matar pessoas em Gaza, o que não está previsto no acordo [de cessar-fogo], não teremos outra opção a não ser ir matá-los (aos membros do movimento)", escreveu Trump na sua rede social, Truth Social.
O líder republicano não explicou ao certo se isso significaria uma ação militar e uma eventual suspensão do cessar-fogo em vigor, embora esta formulação pareça sugerir uma intervenção norte-americana direta no terreno.
O Hamas divulgou na terça-feira um vídeo de execuções sumárias de alegados colaboradores de Israel nas ruas de Gaza.
No mesmo dia, Trump foi questionado sobre o assunto: "Mataram alguns membros de gangues e isso não me incomodou muito, para ser honesto consigo".
Na terça-feira, declarou que os Estados Unidos estavam prontos "para desarmar" o movimento islamita palestiniano pela força, antes de especificar mais tarde que não seria "necessário [enviar]soldados americanos" para o fazer.
Já na quarta-feira, o comandante militar dos Estados Unidos para o Médio Oriente (Centcom), Brad Cooper, instou o Hamas a cessar a violência contra civis na Faixa de Gaza e a aproveitar a "oportunidade histórica" de alcançar a paz.
"Instamos veementemente o Hamas a cessar imediatamente a violência e os disparos contra civis palestinianos inocentes em Gaza, tanto nas zonas controladas pelo Hamas como nas que estão sob a proteção das FDI [Forças de Defesa de Israel] atrás da linha amarela", escreveu Cooper numa mensagem publicada na rede social X, referindo-se à linha definida no acordo mediado pelos Estados Unidos, Qatar, Egito e Turquia, com base no plano de paz apresentado pelo Presidente norte-americano.
Na mesma ocasião, garantiu que, apesar dos incidentes registados nos últimos dias no enclave, os EUA continuavam "muito otimistas quanto ao futuro da paz na região".
Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, na sexta-feira, após dois anos de guerra com Israel, desencadeada pelo ataque do Hamas a 07 de outubro de 2023, os jornalistas da agência de notícias France-Presse (AFP) viram membros das forças de segurança do movimento islamita destacados em várias cidades da Faixa de Gaza, nos mercados e nas estradas.
Após vários dias de confrontos, testemunhas afirmaram na terça-feira que se registaram combates intensos no leste da cidade de Gaza, no bairro de Shujaia, entre uma unidade afiliada do Hamas e clãs e bandos armados, alguns dos quais teriam sido apoiados por Israel.
Trump já tinha sido questionado no domingo sobre as operações realizadas pelo Hamas e tinha dito que os mesmos queriam "acabar com os problemas".
"Têm sido transparentes sobre isso e nós demos-lhes o nosso acordo durante um certo período de tempo", acrescentou.
[Notícia atualizada às 20h03]
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