"Estamos empenhados neste acordo. Temos cumprido tudo o que acordámos. Estamos à espera que o Hamas faça o mesmo", declarou a porta-voz do executivo israelita, Shosh Bedrosian, numa conferência de imprensa 'online', quando questionada sobre a passagem fronteiriça de Rafah, entre Gaza e o Egito, cuja abertura as autoridades egípcias anunciaram para a entrada de ajuda, mas que ainda não se verificou.
Bedrosian afirmou que a passagem será aberta "no futuro" e que "a ajuda continua a entrar na Faixa de Gaza como habitualmente e como parte do acordo", através do posto de passagem de Kerem Shalom, entre Israel e a Faixa de Gaza.
"Agora, pedimos ao Hamas que faça tudo o que for possível para cumprir também este acordo", insistiu, em relação aos corpos dos 19 reféns ainda mantidos em Gaza, depois de o Hamas ter entregado nove deles.
O Exército israelita confirmou na noite de quarta-feira que recebeu os restos mortais de mais dois reféns.
Após a entrega, as Brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas, informaram que já tinham entregado "todos os corpos que conseguiram alcançar" de reféns mortos em Gaza e que os restantes corpos "requerem operações e equipamento especial para busca e recuperação".
"Estamos a fazer um grande esforço para encerrar esta questão", afirmou o braço armado do grupo islamita palestiniano num comunicado.
Israel e o Hamas anunciaram na noite de 08 de outubro um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, a primeira fase de um plano de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, após negociações indiretas mediadas pelo Egito, Qatar, Estados Unidos e Turquia.
Esta fase da trégua envolveu a retirada parcial do Exército israelita para a denominada "linha amarela" demarcada pelos Estados Unidos, linha divisória entre Israel e a Faixa de Gaza, a libertação de 20 reféns em posse do Hamas e de 1.968 prisioneiros palestinianos.
O cessar-fogo visa pôr fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque de 07 de outubro de 2023 do Hamas a Israel, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 sequestradas.
A retaliação de Israel fez pelo menos 67.913 mortos -- entre os quais mais de 20.000 crianças - e de 170.134 feridos, na maioria civis -- não só vítimas de fogo israelita, mas também de fome -, segundo números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
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