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Ministro pede revisão da legislação penal em Moçambique

O ministro da Justiça moçambicano defendeu hoje a revisão da legislação penal para tornar o sistema prisional nacional mais "humano e eficiente", propondo a descriminalização de condutas de menor gravidade e a utilização de pulseiras eletrónicas para crimes leves.

Ministro pede revisão da legislação penal em Moçambique

© Lusa

Lusa
16/10/2025 15:43 ‧ há 5 horas por Lusa

Mateus Saize, ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, que falava durante a abertura do conselho coordenador daquele ministério, na província de Maputo, disse que, com a medida, pretende-se "consolidar os alicerces" da Justiça, promover a coesão social e garantir que o desenvolvimento de Moçambique seja "inclusivo, sustentável e justo".

 

"Entre as medidas propostas estão a descriminalização de condutas de menor gravidade, a utilização de pulseiras eletrónicas para crimes leves e a expansão de mecanismos de arbitragem e mediação", explicou.

Saize assinalou que, recentemente, uma equipa do Serviço Nacional Penitenciário visitou vários países europeus para acolher experiências sobre a adoção da pulseira eletrónica.  

"Medidas alternativas à prisão, quando bem implementadas, promovem uma gestão mais eficaz dos recursos e respondem, com maior sensibilidade, às necessidades de quem já cumpre a pena", avançou.

Para o ministro, estas práticas, aliadas a orientações de organizações internacionais, orientam para um sistema de justiça "mais eficiente, humano e sustentável".

Em 15 de agosto, Mateus Saize afirmou que estão em curso trabalhos para implementar o sistema de pulseiras eletrónicas no país "a breve trecho", quando se debate o uso de penas alternativas em resposta à sobrelotação nas prisões.

Moçambique debate-se com um problema da sobrelotação nas cadeias, albergando cerca de 21.000 presos, para uma capacidade instalada de 4.498, segundo dados anteriores do Ministério da Justiça.

Sem avançar prazos, o ministro da Justiça referiu que a aquisição das pulseiras depende de um concurso público para o efeito, bem como de condições financeiras, garantindo, entretanto, ações em curso para a aquisição desse material.

O Serviço Nacional Penitenciário de Moçambique pediu, em 21 de julho, uma aposta na aplicação de penas alternativas, cujo objetivo é reduzir a superlotação das cadeias do país.

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, pediu, em 28 de julho, um sistema prisional que aposta na reabilitação e que não se limita à "ação punitiva" dos presos, admitindo "constrangimentos estruturais" face ao problema da superlotação.

Em 11 de julho, a vice-presidente do Tribunal Supremo moçambicano, Matilde Almeida, admitiu dificuldades para aplicar "penas alternativas" no sistema prisional, devido a fugas de detidos, alertando para a sobrelotação nas cadeias.

Moçambique conta atualmente com quase 160 estabelecimentos prisionais, entre regionais, provinciais e distritais.

Em julho de 2023, o Governo moçambicano anunciou a intenção de construir pelo menos 10 novos estabelecimentos prisionais de nível distrital em todo o país.

Leia Também: Argélia ajuda Moçambique na distribuição de gás e transporte de energia

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