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Dois polícias mortos em incursão de garimpeiros em mina moçambicana de rubis

Dois elementos da Polícia da República de Moçambique (PRM) morreram quarta-feira durante a incursão de 40 mineiros "ilegais" na mina da Montepuez Ruby Mining (MRM), em Cabo Delgado, divulgou hoje a Gemfields, que opera aquela concessão.

Dois polícias mortos em incursão de garimpeiros em mina moçambicana de rubis

© Lusa

Lusa
16/10/2025 14:45 ‧ há 17 horas por Lusa

"Atacaram os agentes da Polícia da Republica de Moçambique (PRM) presentes no portão, matando dois, um dos quais era comandante da Força de Proteção dos Recursos Naturais de Moçambique. Nenhum funcionário ou contratado da MRM ficou ferido no ataque e as condições no local têm estado calmas desde então", refere a empresa, em comunicado enviado à Lusa.

 

Acrescenta que a MRM "foi informada de que o ataque poderia estar relacionado com as autoridades distritais de imigração que, no início do dia, investigavam suspeitos de imigração ilegal numa aldeia local e durante a qual, segundo relatos, uma pessoa morreu".

Informações locais referem que na origem deste caso, junto à aldeia de Namanhumbir, distrito de Montepuez, norte de Moçambique, terá estado a morte de uma criança, alegadamente baleada por elementos das Forças de Defesa e Segurança, no mesmo dia, durante uma operação de verificação da legalidade dos estrangeiros naquela área, sobretudo garimpeiros.

A Gemfields já tinha divulgado, em 07 de outubro, que adiou para o início de 2026 o leilão de rubis da mina moçambicana de Montepuez, alegando os impactos da "sabotagem" diária de centenas de mineiros ilegais na nova unidade em construção naquela área, em Cabo Delgado.

Em comunicado enviado à Lusa, a empresa referia que "tomou a decisão de adiar o leilão habitual de rubis de novembro/dezembro para janeiro/fevereiro" do próximo ano devido "ao atraso previamente anunciado na entrada em funcionamento definitivo da segunda fábrica de processamento", que foi "agora agravado pela ação de mineiros ilegais".

Explicava então que, "embora a operacionalização definitiva ainda esteja prevista para outubro", o funcionamento da nova fábrica "foi significativamente afetado durante a última semana por mineiros ilegais que, atualmente são entre 250 e 400 por dia, sabotando a infraestrutura de abastecimento da fábrica".

"Além disso, os rubis extraídos ilegalmente que saem da região de Montepuez têm um impacto prejudicial nos preços de mercado e nas receitas fiscais de Moçambique provenientes dos seus recursos de rubis", apontava.

A MRM prevê triplicar para 600 toneladas por hora o processamento na mina de rubis no norte de Moçambique, disse em junho à Lusa fonte da Gemfields, que detém 75% da MRM - com uma área concessionada de 34.966 hectares -, sendo os restantes 25% detidos pela empresa moçambicana Mwiriti, num investimento de 70 milhões de dólares (59,8 milhões de euros).

A Gemfields, que detém e opera a mina, reconheceu na altura que a construção da segunda unidade de processamento de rubis, designada de PP2, na MRM, representava "um projeto crucial para aumentar a produção de rubis 'premium' e gerar receitas adicionais para o grupo até ao final de 2025".

A segunda unidade deixa ainda em aberto a possibilidade de expansão "para outras áreas de mineração" naquela concessão da MRM, que emprega atualmente 1.300 trabalhadores, 94% dos quais moçambicanos.

O documento anterior sobre a previsão económica para 2025 estimava a produção de 4.143.832 quilates de rubis nas concessões mineiras em Moçambique de janeiro a dezembro, sendo o "produto com maior peso na estrutura global das pedras preciosas e semipreciosas" produzidas no país, com 76% do total destinado a exportação.

A produção de rubis em Moçambique tinha disparado em 2024 para quase quatro milhões de quilates, um aumento de 46% face ao ano anterior, segundo dados anteriores do Governo.

Leia Também: Juventude da moçambicana Renamo pede eleição de novo líder do partido em 2026

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