O Fórum exigiu, em comunicado hoje divulgado, que "o Governo [de Israel] cesse imediatamente a implementação de quaisquer outras medidas do acordo enquanto o Hamas continuar a violar abertamente as suas obrigações em relação à devolução de todos os reféns e dos restos mortais das vítimas".
Na quarta-feira, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, avisou que o Exército poderia retomar a sua ofensiva na Faixa de Gaza, após o movimento islamita ter referido que não conseguiu localizar os corpos de mais nenhum refém.
"Se o Hamas se recusar a respeitar o acordo, Israel, em coordenação com os Estados Unidos, retomará os combates e trabalhará para a derrota total do Hamas", disse.
Katz reagia ao anúncio do grupo islamita palestiniano de que tinha entregado todos os restos mortais de reféns a que teve acesso.
Para o ministro, isto é uma violação do acordo de cessar-fogo, que estipula que "o Hamas é obrigado a devolver todos os reféns mortos que mantém em seu poder".
O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou na quarta-feira à noite que os caixões de dois reféns foram entregues pela Cruz Vermelha às forças israelitas na Faixa de Gaza.
O Hamas entregou até agora os 20 reféns vivos e 10 cadáveres, um dos quais não correspondia a nenhum dos 28 reféns mortos.
O grupo islamita garante que cumpriu o seu "compromisso com o acordo" e disse que já entregou todos os prisioneiros israelitas vivos sob a sua custódia, bem como os corpos a que teve acesso.
"Quanto aos restantes corpos, são necessários grandes esforços e equipamento especial para a sua recuperação e extração", acrescentou o Hamas num comunicado divulgado nos seus canais oficiais.
Há ainda 19 corpos de reféns israelitas por entregar, em troca de pelo menos 360 corpos de residentes de Gaza mortos durante a ofensiva, 90 dos quais já foram devolvidos pelo Exército de Israel, conforme estipulado no acordo.
O cessar-fogo previa a entrega de todos os reféns, vivos e mortos, até à data limite, que expirou na segunda-feira.
Mas, segundo o acordo, se tal não acontecesse, o Hamas deveria partilhar informações sobre os reféns falecidos e tentar entregá-los o mais rapidamente possível.
Em troca dos reféns devolvidos pelo Hamas, 1.968 prisioneiros palestinianos foram também libertados na segunda-feira, incluindo muitos condenados por ataques mortais contra Israel, bem como 1.700 palestinianos presos por alegadas "razões de segurança", desde o início da guerra, em outubro de 2023.
O Presidente dos Estados Unidos também exigiu ao Hamas a devolução dos corpos dos reféns, após ter sido o principal impulsionador do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, negociado ao longo de vários dias em Sharm el-Sheikh, no Egito, com a mediação de delegações egípcias, cataris e turcas.
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