Num comunicado, a Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MSS, na sigla em inglês) disse que a nova força está a analisar como gerir a transição e a continuidade das operações.
Em 30 de setembro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que autoriza os Estados-membros a transformar a MSS no Haiti na GSF, por um período inicial de 12 meses.
A MSS, que atua maioritariamente na capital, Porto Príncipe, foi constituída em 2023 e é liderada pelo Quénia, embora conte com um efetivo de apenas mil agentes face aos 2.500 inicialmente projetados.
A resolução, da autoria do Panamá e dos Estados Unidos, recebeu 12 votos a favor e três abstenções - China, Paquistão e Rússia.
O documento também solicita que o estabelecimento de um Escritório de Apoio das Nações Unidas no Haiti, uma ideia sugerida há vários meses pelo secretário-geral do ONU, o português António Guterres.
No âmbito da transição, a GSF "está a atualizar as antigas contas de redes sociais, canais de comunicação, logótipos, bandeiras e insígnias da MSS para refletir a sua nova identidade e mandato", referiu o comunicado da MSS.
Embora este processo possa demorar, "o fluxo de informação para o público e parceiros continuará sem obstáculos, com o mesmo nível de transparência, compromisso e capacidade de resposta", garantiu.
A nova força continua a colaborar estreitamente com a Polícia Nacional Haitiana e as Forças Armadas Haitianas, particularmente através das recentes operações logísticas na região de Artibonite, acrescentou o comunicado.
O Governo do Canadá entregou recentemente 20 veículos blindados de transporte de pessoal adicionais à GSF, cinco dos quais já foram destacados para a região de Artibonite.
"Estes reforços ilustram a determinação da GSF, dentro do seu mandato reforçado, em reestruturar o ambiente de segurança e melhorar a eficácia operacional em todo o país", prossegue o comunicado.
Ao mesmo tempo que a GSF continua a receber apoio material e logístico adicional dos seus parceiros e partes interessadas internacionais, reafirmou "o seu compromisso inabalável com a proteção das comunidades haitianas e a promoção da paz duradoura e do reforço da segurança nacional".
A GSF, que conta com o apoio do Governo haitiano, contará com até 5.500 polícias ou militares, auxiliados por 50 civis.
Em 2 de outubro, o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, o austríaco Volker Türk, disse que mais de 16 mil pessoas morreram no Haiti nos últimos três anos em resultado de violência armada.
Há um recorde de 1,3 milhões de pessoas deslocadas e refugiadas no interior da ilha partilhada com a República Dominicana, avisara a ONU em junho.
Leia Também: Programa da ONU revela que 51% dos habitantes do Haiti sofrem de fome