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Paquistão e Afeganistão chegam a acordo para cessar-fogo de 48 horas

O Paquistão e o Afeganistão aprovaram um cessar-fogo de 48 horas a partir de hoje, anunciou a diplomacia paquistanesa após vários dias de confrontos entre os dois países.

Paquistão e Afeganistão chegam a acordo para cessar-fogo de 48 horas

© REUTERS/Fayaz Aziz

Lusa
15/10/2025 15:23 ‧ há 19 horas por Lusa

"O Governo paquistanês e o regime talibã afegão (...) decidiram instaurar um cessar-fogo temporário a partir das 18:00 de hoje [menos quatro horas em Lisboa], pelo período de 48 horas", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado.

 

"Durante este período, ambas as partes esforçar-se-ão sinceramente por encontrar uma solução positiva para este problema complexo, mas resolúvel, através de um diálogo construtivo", acrescentou, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Um porta-voz em Cabul disse que o governo dos talibãs ordenou ao exército afegão que respeitasse o cessar-fogo com o Paquistão.

"O Emirado Islâmico ordena também a todas as forças que respeitem este cessar-fogo", disse o porta-voz do governo talibã, Zabihullah Mujahid, nas redes sociais, citado pela AFP.

O anúncio do cessar-fogo seguiu-se a bombardeamentos realizados hoje pelo exército paquistanês contra alvos dos talibãs afegãos e de grupos rebeldes próximos dos fundamentalistas em Cabul e Kandahar, segundo fontes de segurança paquistanesas.

"O Paquistão realizou ataques de precisão nas províncias de Kandahar e Cabul exclusivamente contra esconderijos dos talibãs afegãos e dos 'khawarij'", disseram as fontes de segurança aos meios de comunicação locais.

Islamabad usa o termo 'khawarij', que designa os primeiros dissidentes do Islão no século VII, para se referir aos militantes do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), que reúne talibãs paquistaneses e que atua ao longo da fronteira com o Afeganistão.

O novo ciclo de violência entre os dois países, que têm relações instáveis, foi desencadeado por explosões ocorridas em Cabul e no sudeste do país em 09 de outubro.

As explosões foram atribuídas ao Paquistão pelo governo talibã, que posteriormente lançou uma operação na fronteira.

Desta vez, o governo talibã não acusou o Paquistão, mas confirmou a explosão de um camião-cisterna e de um transformador elétrico em Cabul, sem dar mais detalhes.

Já as fontes da segurança paquistanesas disseram que foi atingido o centro e a liderança dos talibãs paquistaneses em Cabul.

Também foram visados quartéis dos talibãs afegãos e da brigada fronteiriça em Kandahar, no sul do Afeganistão.

Os alvos foram "cuidadosamente selecionados e estavam isolados da população civil", disseram as fontes aos jornalistas paquistaneses, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

"O Exército do Paquistão está plenamente capacitado para dar uma resposta adequada a qualquer ato de agressão", acrescentaram.

Os confrontos armados da semana passada entre os dois países do sul da Ásia fizeram 23 mortos entre os soldados paquistaneses, segundo Islamabad, enquanto Cabul admitiu ter sofrido pelo menos nove baixas.

Na segunda e na terça-feira, a situação manteve-se calma, mas agravou hoje novamente com novos confrontos fronteiriços, durante os quais os quais morreram 12 civis afegãos, segundo os talibãs, e "entre 15 e 20 combatentes", de acordo com Islamabad.

A Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Manua) afirmou ter registado "dezenas de civis mortos e feridos", enquanto o relator especial da ONU Richard Bennett apelou à "máxima contenção".

Desde a queda de Cabul para os talibãs em 2021, as relações entre o Afeganistão e o Paquistão atravessam o momento mais tenso em vários anos.

Islamabad acusa o regime dos talibãs de dar abrigo ao TTP, enquanto o governo afegão nega as acusações e denuncia incursões paquistanesas ao longo da fronteira comum.

Leia Também: Duas novas explosões abalam centro da capital do Afeganistão

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