Numa publicação nas redes sociais, Trump disse que o secretário da Defesa, Pete Hegseth, ordenou o ataque de hoje em águas internacionais, visando uma embarcação que os serviços de informações confirmaram que traficava narcóticos, estava associada a "redes narcoterroristas" e seguia uma rota conhecida de tráfico.
O presidente norte-americano acompanhou a publicação com um vídeo do ataque mortal nas Caraíbas, como já tinha feito nos quatro anteriores.
A administração Trump afirmou estar a tratar os alegados traficantes de droga como combatentes ilegais que devem ser enfrentados com força militar.
No Congresso, os democratas alegam que os ataques violam o direito norte-americano e a legislação internacional e alguns congressistas republicanos têm procurado mais informações junto da Casa Branca sobre a justificação legal e os detalhes dos ataques.
Uma resolução sobre os poderes de guerra que teria impedido a administração Trump de realizar ataques sem que o Congresso os autorizasse especificamente, chumbou no Senado na semana passada.
Num memorando ao Congresso obtido pela Associated Press, a administração Trump afirmou ter "determinado que os Estados Unidos estão num conflito armado não internacional com estas organizações designadas terroristas".
Trump instruiu o Pentágono para "conduzir operações contra elas de acordo com a lei dos conflitos armados", refere o documento.
A administração Trump ainda não apresentou aos legisladores provas de que os barcos alvejados na série de ataques fatais transportavam, de facto, narcóticos, de acordo com duas autoridades norte-americanas familiarizadas com o assunto, que falaram à AP sob anonimato.
Os ataques ocorreram após um aumento da presença das forças marítimas norte-americanas nas Caraíbas, sem precedentes nos últimos anos, incluindo submarinos nucleares, lança-mísseis e aviões de combate de última geração.
Na semana passada, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, disse aos líderes militares que o Governo norte-americano quer "forçar uma mudança de regime" no país sul-americano.
Acrescentou que o governo venezuelano não vê o envio de navios de guerra norte-americanos como uma mera "ação de propaganda" e alertou para uma possível escalada.
"Quero alertar a população: precisamos de nos preparar porque a irracionalidade com que o império americano opera não é normal", disse Padrino na televisão venezuelana.
A Assembleia Nacional (AN, parlamento) venezuelana aprovou na sexta-feira o Projeto de Lei dos Comandos para a Defesa na Íntegra da Venezuela, que tem como objetivo "integrar" o poder militar, policial e a sociedade perante "as ameaças" dos Estados Unidos.
Trump identificou os alvos dos ataques norte-americanos como membros do cartel Tren de Aragua, um grupo criminoso venezuelano estabelecido em vários países e classificado por Washington como organização terrorista.
Washington acusa o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar uma rede de narcotráfico e recentemente aumentou para 50 milhões de dólares a recompensa pela sua captura.
Maduro negou qualquer ligação com o tráfico de droga.
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