No âmbito do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, 20 reféns vivos foram entregues pelo Hamas a Israel na segunda-feira, mas apenas quatro corpos dos 28 que se presumem mortos foram devolvidos.
Numa "carta urgente" divulgada pelo fórum, que representa a maioria dos familiares das pessoas em cativeiro ao longo dos últimos dois anos, a organização pediu a Witkoff que "faça todos os possíveis e não deixe pedra sobre pedra para exigir que o Hamas cumpra a parte do acordo e traga todos os reféns restantes para casa".
As famílias expressaram "imensa gratidão" ao enviado norte-americano, pelos esforços que permitiram "o regresso histórico" dos reféns, mas também "profunda preocupação" em relação aos que ainda não foram devolvidos.
"O que temíamos está a acontecer diante dos nossos olhos", alertou o Fórum, e "apenas quatro famílias poderão levar os entes queridos a um funeral digno que tanto merecem" e começar a encerrar este processo.
Na segunda-feira, o ministro da Defesa de Israel considerou que o baixo número de devoluções de corpos constitui uma "violação dos compromissos" assumidos pelo Hamas, embora o paradeiro dos restos mortais de vários reféns seja dado como incerto.
O acordo de cessar-fogo define que um comité internacional ajude o grupo islamita a encontrar os corpos de reféns dados como desaparecidos.
"Precisamos de garantir que todos os reféns que restam regressam a casa. Não podemos descansar, e sabemos que não descansarão, até que todos os reféns sejam devolvidos", acrescentou o Fórum na carta a Witkoff.
Na segunda-feira, 1.968 prisioneiros palestinianos foram também libertados ao abrigo do acordo, incluindo muitos condenados por ataques mortais contra Israel, bem como 1.700 palestinianos presos por alegadas "razões de segurança", desde o início da guerra, em outubro de 2023.
O acordo de cessar-fogo foi impulsionado pelos Estados Unidos e negociado ao longo de vários dias em Sharm el-Sheikh, no Egito, com a mediação de delegações egípcias, do Qatar e turcas.
Nesta fase, foi acordado o cessar-fogo, a retirada gradual das forças israelitas, a entrada em massa de ajuda humanitária no enclave palestiniano e a troca de reféns por prisioneiros.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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