Al-Sissi reiterou o seu apelo por uma solução de dois Estados, afirmando que os palestinianos têm direito a um Estado independente, noticiou a agência Associated Press (AP).
A cimeira na cidade turística egípcia de Sharm El-Sheikh, no mar Vermelho, teve como objetivo apoiar o cessar-fogo alcançado em Gaza, pôr fim à guerra entre Israel e o Hamas e desenvolver uma visão a longo prazo para governar e reconstruir o devastado território palestiniano.
O encontro pareceu planeado para angariar apoio internacional para a visão de Trump de pôr fim à guerra.
Al-Sissi, copresidente da cimeira, dirigiu-se a Trump para lhe dizer que apenas o governante norte-americano pode trazer a paz à região.
O plano de Trump prevê a possibilidade de um Estado palestiniano, mas apenas após um longo período de transição em Gaza e um processo de reforma por parte da Autoridade Palestiniana, reconhecida internacionalmente.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, opõe-se à independência da Palestina e Trump não mencionou uma solução de dois Estados na cimeira.
No seu discurso, Trump apelou a uma nova era de harmonia no Médio Oriente, afirmando que a região tem "uma hipótese única de deixar para trás as antigas querelas e ódios amargos".
Exortou ainda os líderes "a declararem que o futuro não será governado pelas lutas das gerações passadas".
Israel e o Hamas foram pressionados pelos Estados Unidos, pelos países árabes e pela Turquia para chegarem a acordo sobre a primeira fase do acordo de cessar-fogo negociado no Qatar através de mediadores. O acordo começou na sexta-feira.
Trump, Al-Sissi, o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, e o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, assinaram hoje um documento, que não foi partilhado com os jornalistas presentes nem tornado público.
A cimeira ocorreu pouco depois de o Hamas ter libertado os 20 reféns israelitas ainda vivos e de Israel ter começado a libertar centenas de palestinianos das suas prisões, medidas cruciais ao abrigo do cessar-fogo.
Mas permanecem grandes questões sobre o que acontecerá a seguir, aumentando o risco de um regresso à guerra.
Mais de 20 líderes mundiais participaram na cimeira, incluindo o rei Abdullah da Jordânia, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Uma autoridade do Governo turco disse que a Turquia lançou "uma iniciativa diplomática" para impedir o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de participar na reunião e, depois de outros países terem apoiado a iniciativa, Netanyahu decidiu não comparecer.
A Faixa de Gaza foi devastada por mais de dois anos de uma guerra desencadeada pelo ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 em Israel.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo movimento islamita Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar no enclave palestiniano que causou mais de 67.000 mortos e 170.000 feridos, na maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde local, tutelado pelo Hamas, considerados fidedignos pela ONU.
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