"A libertação dos prisioneiros é uma conquista nacional e um marco importante na nossa luta", afirmou o Hamas em comunicado, que classificou também o regresso dos palestinianos como uma vitória no caminho para a "libertação total".
Ao todo, 1.968 prisioneiros foram libertados ao abrigo do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, incluindo muitos condenados por ataques mortais contra Israel, bem como 1.700 palestinianos presos por alegadas "razões de segurança", desde o início da guerra, em outubro de 2023.
Em troca, o Hamas devolveu em duas vagas 20 reféns vivos mantidos em cativeiro no enclave palestiniano há quase dois anos, mas indicou que apenas ia entregar quatro corpos dos 28 que se presumem mortos.
O grupo palestiniano condenou que os prisioneiros libertados sofreram "as piores formas de tortura psicológica e física" durante os últimos dois anos.
Para o Hamas, trata-se de uma situação que representa "as formas mais cruéis de sadismo e fascismo da era moderna".
O Crescente Vermelho Palestiniano indicou que pelo menos sete prisioneiros foram levados para hospitais para exames e outros três estão a ser tratados em casa pelas famílias, embora não tenha especificado que problemas de saúde estavam a enfrentar.
No comunicado, o Hamas descreveu o chefe do Governo israelita, Benjamin Netanyahu, como um "criminoso de guerra", mas acrescentou que nem ele nem os ministros extremistas "podem tirar a alegria" ao povo palestiniano, que "quebrou a sua arrogância e frustrou os seus planos".
O acordo de cessar-fogo foi impulsionado pelos Estados Unidos e negociado ao longo de vários dias em Sharm el-Sheikh, no Egito, com a mediação de delegações egípcias, do Qatar e turcas.
Nesta fase, foi acordado o cessar-fogo, a retirada gradual das forças israelitas, a entrada em massa de ajuda humanitária no enclave palestiniano e a troca de reféns por prisioneiros.
A segunda fase, cujas negociações o Presidente norte-americano, Donald Trump, referiu já terem começado, vai abordar a reconstrução do enclave, bem como o desarmamento do Hamas e a governação da Faixa de Gaza.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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