Num apelo direto aos intervenientes regionais e internacionais, António Guterres pediu que se aproveite "este momento de tréguas para reiniciar um processo político credível que possa resultar em dois Estados independentes, soberanos e democráticos".
"Israel e Palestina, a viverem lado a lado em paz e segurança dentro das fronteiras seguras e reconhecidas, com base nas linhas fronteiriças anteriores a 1967, com Jerusalém como capital de ambos os Estados -- em conformidade com o direito internacional, as resoluções da ONU e outros acordos relevantes", indicou o líder da ONU, num comunicado divulgado pelo porta-voz, Stéphane Dujarric.
Guterres, que se encontra na "cimeira da paz", organizada pelo Egito e Estados Unidos na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, saudou a aplicação contínua do cessar-fogo em Gaza, com base na proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, assim como celebrou a libertação de reféns israelitas e detidos palestinianos.
Com o cessar-fogo em vigor, os povos de Gaza e de Israel começam "a vislumbrar a frágil esperança de calma após meses de devastação", avaliou o antigo primeiro-ministro português.
A ONU e os parceiros no terreno aproveitaram o cessar-fogo para intensificar rapidamente as operações humanitárias no enclave palestiniano.
As agências da ONU estão a chegar às comunidades em áreas que estiveram isoladas durante meses, prestando assim assistência vital, disse Guterres.
"Estes esforços marcam um primeiro passo essencial para estabilizar as condições e restaurar a dignidade humana básica, mas as necessidades continuam a ser vastas, e o acesso e o financiamento sustentados são essenciais", observou o chefe da ONU.
Nesse sentido, o secretário-geral apelou a todas as partes para que consolidem o cessar-fogo e o transformem numa paz duradoura.
Guterres enalteceu mais uma vez os Governos do Qatar, do Egito, dos Estados Unidos e da Turquia pelos persistentes esforços de mediação do conflito e reconheceu o papel indispensável do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para garantir que todas as libertações dos reféns ocorriam de forma segura e humana.
O Hamas libertou todos os 20 reféns vivos mantidos em Gaza, sendo que sete dos reféns foram libertados ao início da manhã, enquanto os restantes 13 foram libertados algumas horas depois.
Os 20 reféns, todos homens, reuniram-se com os familiares e vão ser depois ser submetidos a exames médicos.
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