Os dados publicados hoje pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) no relatório mensal, baseiam-se em "fontes secundárias", ou seja, estimativas de institutos independentes, que revelam que a Arábia Saudita e a Rússia lideraram os aumentos com subidas de 248.000 e 148.000 barris por dia, que elevou a produção nacional para 9,961 milhões de barris por dia e 9,321 milhões de barris por dia, respetivamente.
O aumento de 1,48% da produção de petróleo da OPEP+ em setembro face a agosto corresponde a cerca de 630.000 barris por dia.
Também abriram as torneiras os Emirados Árabes Unidos (+98.000 barris por dia, para 3,353 milhões de barris por dia), Iraque (+65.000 barris por dia para 4,066 milhões de barris por dia), Irão (+44.000 barris por dia para 3,250 milhões de barris por dia), Kuwait (+24.000 barris por dia para 2,515 milhões de barris por dia), Venezuela (+27.000 barris por dia para 0,967 milhões de barris por dia), Líbia (+19.000 barris por dia para 1,318 milhões de barris por dia), Argélia (+11.000 barris por dia para 0,951 milhões de barris por dia), Guiné Equatorial (+6.000 por dia para 0,056 milhões de barris por dia).
A aliança OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e Rússia, optou este ano por reverter os fortes cortes de produção que aplicou em 2022 e 2023 para sustentar os preços do petróleo bruto, com aumentos mensais que começou a implementar em abril passado e que são suportados principalmente por oito dos 22 países do cartel.
A Venezuela, o Irão e a Líbia ficam fora desses acordos, pois estão isentos do compromisso de limitar as suas extrações devido às restrições que as respetivas indústrias enfrentam por diversas causas.
Descontando os 90.000 barris por dia que esses três parceiros da OPEP aumentaram juntos no mês passado, o aumento mensal registado em setembro (630.000 barris por dia) é de 540.000 barris por dia, menos 7.000 barris por dia que o volume do aumento pactuado para o referido mês, segundo as estimativas do relatório.
Com a sua nova política, a OPEP+ procura recuperar parte da participação perdida no mercado, pois boa parte dos barris retidos foi substituída pela oferta rival de outros produtores, como os Estados Unidos, o Brasil, o Canadá e a Argentina.
Embora a aliança tenha desacelerado o ritmo dos aumentos a partir de outubro, com incrementos de 137.000 barris por dia para aquele mês e novembro, essa estratégia pressiona os preços para baixo, pois aviva os temores de excesso de oferta, num ambiente marcado pela incerteza em torno de múltiplos conflitos geopolíticos.
As cotações do "ouro negro" recuperavam hoje parcialmente das fortes quedas (em torno de 4%) de sexta-feira, quando o prémio de risco geopolítico diminuiu devido à entrada em vigor do cessar-fogo em Gaza.
O barril do petróleo bruto Brent, de referência na Europa, rondava hoje ao início da manhã 63,7 dólares, enquanto o do petróleo West Intermediário do Texas (WTI), referência nos EUA, se aproximava de 60 dólares.
[Notícia atualizada às 14h49]
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