Os confrontos, com tiroteios, aconteceram no bairro de Sabra, de acordo com os vídeos divulgados pela Notícias Quds e por diferentes canais 'online' utilizados por jornalistas palestinianos, noticiou a agência noticiosa espanhola.
O filho de Basem Naim, um dos membros da liderança do Hamas, foi baleado na cabeça durante os confrontos e ficou em estado crítico, confirmou o próprio Basem Naim à EFE.
"Estamos a perseguir os vestígios da ocupação [israelita] e os mercenários que colaboram com ela. Continuaremos até que a segurança seja restaurada na nossa querida Faixa de Gaza", referiu a Força Rada, da polícia do Hamas, formada por membros do braço armado do grupo extremista palestiniano, num comunicado citado também pela EFE.
Nas imagens divulgadas pela Quds vê-se polícias encapuzados a fazerem disparos em Sabra, bairro no centro de Gaza.
De acordo com a imprensa local, a polícia do Hamas estava em confronto com o clã Dogmush, uma das maiores famílias de Sabra.
Habitantes da cidade de Gaza acusaram por diversas vezes os membros da família Dogmush de terem colaborado com o exército de Israel para combater o Hamas dentro de Gaza.
Também hoje, as milícias executaram, no norte da Faixa de Gaza, o jornalista e 'influenciador digital' Saleh Al Jafarawi, confirmou à EFE fonte do Hospital Al Ahli, localizado na capital do enclave, que recebeu o cadáver.
Desde que Israel iniciou a sua retirada da Faixa de Gaza no âmbito do cessar-fogo, a polícia do Hamas iniciou uma perseguição das milícias que operaram com o apoio de Israel em Gaza, sendo a mais conhecida a força de Abu Shabab, no sul do enclave.
Israel e o Hamas concluíram na madrugada de quinta-feira, no Egito, um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor na sexta-feira, prevendo a libertação dos reféns detidos em Gaza dentro de 72 horas em troca de prisioneiros detidos por Israel.
Este acordo baseia-se num plano anunciado no final de setembro pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pôr fim à fase mais recente do conflito israelo-palestiniano em Gaza, que escalou em 2023 com uma ofensiva de Israel, desencadeada por um ataque do Hamas em 07 de outubro.
A retaliação de Israel ao ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, que fez 1.200 mortos e 251 reféns, provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.
A ofensiva israelita também destruiu quase todas as infraestruturas de Gaza e provocou a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a das quais maioria crianças.
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