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UNICEF confirma pelo menos 17 crianças mortas em ataque rebelde no Sudão

A UNICEF confirmou que pelo menos 17 crianças morreram e 21 ficaram feridas no sábado em El Fasher, oeste do Sudão, num ataque atribuído às forças paramilitares RSF contra um centro de acolhimento, causando cerca de 60 mortos civis.

UNICEF confirma pelo menos 17 crianças mortas em ataque rebelde no Sudão

© Lusa

Lusa
12/10/2025 16:22 ‧ há 3 horas por Lusa

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UNICEF

Em comunicado, a UNICEF classificou o ataque como "devastador", sublinhando que "matar e ferir crianças constitui uma grave violação dos seus direitos, e atacar civis em locais que deveriam oferecer segurança é inadmissível".

 

As Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa) negaram qualquer envolvimento, alegando que "as acusações são totalmente falsas e fazem parte de uma campanha de desinformação para encobrir derrotas em campo" e afirmando que "os relatos de civis mortos são desmentidos pelos testemunhos daqueles que receberam passagens seguras e abrigo temporário proporcionados pelas nossas forças".

A organização das Nações Unidas recorda, porém, que El Fasher esteve sitiada pelas RSF durante mais de 500 dias, com severas restrições à circulação, acesso a alimentos, água e cuidados médicos, e que a população civil, incluindo crianças, tem sofrido bombardeamentos repetidos e agravamento das condições de vida.

Segundo a Coordenação dos Comitês de Resistência, grupo civil que documenta atrocidades do conflito, o ataque ao centro de deslocados Dar al-Arqam envolveu drones e disparos de artilharia, provocando vítimas entre crianças, mulheres e idosos, muitos dos quais ficaram carbonizados. Os corpos permaneceram presos em abrigos subterrâneos, descrevendo o incidente como um "massacre".

Na sexta-feira, o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, denunciou os massacres recentes em El Fasher, incluindo execuções sumárias de cariz étnico. "Apesar dos repetidos apelos para proteção especial de civis, os paramilitares continuam a matar, ferir e deslocar populações, atacando também hospitais, mesquitas e abrigos para deslocados, em total desrespeito pelo direito internacional", alertou.

O conflito, que começou a 15 de abril de 2023 entre o exército sudanês e as RSF, já provocou dezenas de milhares de mortos e mais de 14 milhões de deslocados, mergulhando o Sudão na "pior crise humanitária do mundo", segundo a ONU. Todas as tentativas de diálogo falharam até ao momento.

Turk apelou ainda à comunidade internacional para "tomar medidas urgentes de proteção dos civis e impedir novas atrocidades em Darfur", destacando que a recente condenação de um líder miliciano pelo Tribunal Penal Internacional deve servir de alerta de que não haverá impunidade para crimes contra civis.

Leia Também: Há 680 mil crianças deslocadas no Haiti (número duplicou num ano)

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