"A declaração norte-americana em questão é um exemplo típico de 'dois pesos, duas medidas'", reagiu um porta-voz do Ministério do Comércio chinês em comunicado.
Donald Trump disse estar a reagir a uma "postura comercial extraordinariamente agressiva" adotada pela segunda maior potência económica mundial, que decidiu regulamentar mais as exportações de tecnologias relacionadas com terras raras, um setor particularmente estratégico.
Esses novos direitos aduaneiros, "além de qualquer tarifa que estejam atualmente a pagar", devem ser aplicados a partir de 01 de novembro "ou antes", disse o dirigente norte-americano.
O gigante asiático é o maior produtor mundial de terras raras, materiais indispensáveis para a indústria, e Washington já o acusava de abusar dessa posição dominante.
Os novos controlos, anunciados na quinta-feira por Pequim, dizem respeito à exportação de tecnologias relacionadas com a extração e produção desses materiais, de acordo com o ministério.
Uma "verdadeira surpresa" para Donald Trump, que considerou na sexta-feira não ter mais motivo para se encontrar no final de outubro com o líder chinês, Xi Jinping, na cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), uma reunião que o próprio anunciara em setembro.
O Ministério do Comércio chinês considerou hoje que as ações de Washington "prejudicam gravemente os interesses da China e minam (...) o clima das discussões económicas e comerciais entre as duas partes".
"Ameaçar constantemente com direitos aduaneiros elevados não é a abordagem correta para cooperar com a China", acrescentou.
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