Procurar

Irão duvida que Israel respeite o cessar-fogo na Faixa de Gaza

O chefe da diplomacia do Irão disse hoje que aquele país, apoiante de longa data do grupo islamista Hamas, não tem "nenhuma confiança" em Israel relativamente ao respeito do cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Irão duvida que Israel respeite o cessar-fogo na Faixa de Gaza

© Marwan Naamani/picture alliance via Getty Images

Lusa
11/10/2025 22:21 ‧ há 5 horas por Lusa

"Não há absolutamente nenhuma confiança no regime sionista", afirmou o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, citado pela agência France-Presse (AFP), argumentando que "houve repetidos cessar-fogos no passado, em vários locais, nomeadamente no Líbano", que foram "violados" por Israel.

 

Israel e o Hamas concluíram na madrugada de quinta-feira, no Egito, um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor na sexta-feira, prevendo a libertação dos reféns detidos em Gaza dentro de 72 horas em troca de prisioneiros detidos por Israel.

Este acordo baseia-se num plano anunciado no final de setembro pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pôr fim à fase mais recente do conflito israelo-palestiniano em Gaza, que escalou em 2023 com uma ofensiva de Israel, desencadeada por um ataque do Hamas em 07 de outubro.

"Alertamos para as artimanhas e traições do regime sionista", afirmou Abbas Araghchi em declarações difundidas na televisão estatal, referindo-se a Israel, um Estado que não é reconhecido pelo Governo iraniano.

No entanto, o chefe da diplomacia iraniana reafirmou o apoio do Irão ao cessar-fogo em Gaza.

"Sempre apoiámos qualquer plano ou medida suscetível de pôr fim a estes crimes contra a população de Gaza, de pôr fim a este genocídio", sublinhou.

Desde a Revolução Islâmica de 1979, o Irão fez da causa palestiniana um dos pilares da sua política externa.

O Irão e Israel entraram em conflito militar em junho deste ano, durante uma guerra de 12 dias, desencadeada por um ataque surpresa de Israel ao território iraniano.

Investigadores ligados ao programa nuclear iraniano e centenas de civis foram mortos neste conflito, que terminou com um cessar-fogo.

A retaliação de Israel ao ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, que fez 1.200 mortos e 251 reféns, provocou mais de 67 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.

A ofensiva israelita também destruiu quase todas as infraestruturas de Gaza e provocou a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a das quais maioria crianças.

Nas mesmas declarações difundidas hoje pela televisão estatal, o chefe da diplomacia do Irão disse que Teerão não vê "nenhuma razão" para retomar as negociações sobre o seu programa nuclear com os países europeus.

Na sexta-feira, França, Reino Unido e Alemanha tornaram pública a sua "determinação" em retomar as negociações.

"O que podem eles fazer e que resultado positivo poderiam ter tais negociações? Não vemos realmente nenhuma razão para negociar com eles", referiu Abbas Araghchi.

Por iniciativa de França, do Reino Unido e da Alemanha, a ONU restabeleceu, em 28 de setembro, as sanções contra o Irão relacionadas com o programa nuclear daquele país.

Leia Também: Irão apresentou aos países europeus nova proposta sobre programa nuclear

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com

Recomendados para si

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

IMPLICA EM ACEITAÇÃO DOS TERMOS & CONDIÇÕES E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mais lidas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10