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Cerca de oito milhões escolhem o presidente dos Camarões no domingo

Cerca de oito milhões de eleitores camaroneses vão às urnas no próximo domingo, 12 de outubro, para elegerem um novo Presidente, numa eleição marcada por uma possível reeleição, exclusão do principal opositor e oposição dividida.

Cerca de oito milhões escolhem o presidente dos Camarões no domingo

©  Reuters

Lusa
10/10/2025 09:51 ‧ há 6 horas por Lusa

O atual Presidente dos Camarões, Paul Biya, de 92 anos, da União Democrática do Povo Camaronês (RDPC, na sigla em francês), que está no poder desde 1982, é um dos candidatos às eleições presidenciais, tendo anunciado a sua candidatura em 13 de julho.

 

Paul Biya é o chefe de Estado mais velho do mundo e antigo de África a seguir ao seu homólogo da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, e é o segundo Presidente do país desde a independência da França, em 1960.

Se Paul Biya vencer, vai para o seu oitavo mandato, que tem uma duração de sete anos.

O principal líder da oposição camaronesa, Maurice Kamto, do partido Movimento para o Renascimento dos Camarões (MRC) era um dos candidatos à presidência, tendo sido excluído após a comissão eleitoral e o Conselho Constitucional dos Camarões ter rejeitado a sua candidatura.

Kamto foi considerado o rival mais forte de Biya em eleições anteriores, ficou em segundo lugar nas últimas presidenciais, em 2018, com 14% dos votos, enquanto o Presidente camaronês venceu com mais de 70%, numa eleição marcada por irregularidades e baixa participação.

Dos 83 candidatos presidenciais, número recorde no país, que apresentaram as suas candidaturas ao Elecam, órgão eleitoral, apenas 13 foram aprovadas, mas a candidatura de Hilaire Dzipan, do Movimento Progressista (MP) foi rejeitada posteriormente.

A oposição camaronesa enfrenta dificuldades devido a Maurice Kamto ter sido impedido de concorrer, e os 11 candidatos restantes provavelmente vão dividir os votos.

Com uma oposição enfraquecida, a probabilidade de uma nova vitória de Biya aumenta.

Todos os 11 candidatos da oposição concordaram com a necessidade de se unirem em torno de um único líder, mas tiveram dificuldades em chegar a um acordo sobre quem devia ser esse líder.

O código eleitoral do país exige que os partidos que desejem participar nas eleições tenham membros eleitos no parlamento ou nos conselhos municipais.

O candidato do partido Frente para a Saudação Nacional dos Camarões (FSNC) Issa Tchiroma, um antigo aliado de Biya que deixou o cargo no Governo no início deste ano para concorrer à eleição, foi designado como candidato de consenso pela União para a Mudança 2025, uma aliança de pelo menos 20 partidos políticos e vários grupos da sociedade civil.

"Temos apenas um objetivo: libertar os Camarões do sistema que o estrangulou por mais de 40 anos", disse Issa Tchiroma.

Tomaino Ndam Njoya, a única mulher na disputa, do partido União Democrática dos Camarões (UDC) afirmou recentemente que está aberta a apoiar um candidato de consenso, acrescentando que esse seria "o preço a pagar para finalmente oferecer ao povo camaronês a mudança que ele espera e merece".

O ex-primeiro-ministro Bello Bouba Maïgari, do partido Union Nationale pour la Démocratie et le Progrès (UNDP), e Issa Tchiroma são os dois candidatos com probabilidade de ganhar votos no norte do país, que constitui a maior zona eleitoral.

Os outros candidatos são: Cabral Libii, do Partido Camaronês para a Reconciliação Nacional (PCRN), candidato em 2018, quando ficou em terceiro lugar com 6,28% dos votos; Ateki Seta Caxton, do Parti da Aliança Liberal (PAL) e Akere Muna, do UNIVERS, que uniram forças para apoiar Bello Bouba Maïgari; Samuel Lyodi Hiram, do Frente dos Democratas Camaroneses (FDC); Pierre Kwemo, da União dos Movimentos Socialista (UMS); Serge Espoir Matomba, do Povo Unido para a REnovação Social (PURS); Jacques Bougha-Hagbe, do Movimento Cidadão Nacional Camaronês (MCNC); Joshua Osih, da Frente Social-Democrática (SFD, na sigla em inglês).

Durante as décadas de governação de Paul Biya, a nação centro-africana de quase 30 milhões de habitantes enfrentou desafios que vão desde um movimento secessionista até à corrupção que condicionou o desenvolvimento do país, apesar dos ricos recursos naturais, como o petróleo e minerais.

Desde 2016, o país da África central enfrenta um conflito contra os separatistas nas regiões de língua inglesa no noroeste e sudoeste, que são reprimidas pelo Governo. Os Camarões também são ameaçados por grupos extremistas, como o Boko Haram e o Grupo de Apoio ao Islão e Muçulmanos.

Segundo uma estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 43% dso cidadãos do país vivem na pobreza, medida pelos padrões básicos de vida, como rendimento, educação e saúde.

Leia Também: Indonésia reforça controlos após caso de camarões radioativos

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