Durante o discurso nas celebrações do Dia Nacional, Lai revelou que o novo sistema, denominado T-Dome, vai estabelecer uma "defesa em múltiplas camadas", com "deteção avançada e interceção eficaz", formando uma rede capaz de "proteger a vida e os bens dos cidadãos".
O chefe de Estado referiu ainda que o plano prevê a integração de "tecnologias de ponta e inteligência artificial" para construir um "sistema inteligente de combate defensivo", com o objetivo de "maximizar a dissuasão eficaz" da ilha.
Taipé pretende igualmente continuar a investir em tecnologias "inovadoras" e aprofundar a cooperação com indústrias de defesa de países avançados, a fim de "reforçar as capacidades" do setor nacional de defesa.
"Taiwan, como parceiro de segurança fiável dos nossos amigos e aliados, será capaz de evitar em conjunto a cadeia de abastecimento 'vermelha' e de fomentar a confiança na área da defesa entre países livres e democráticos, ao mesmo tempo que constrói uma linha sólida de defesa para salvaguardar os valores da liberdade e da democracia", afirmou Lai.
"Estamos determinados a manter a paz através da força", sublinhou o líder taiwanês.
As declarações foram feitas no âmbito do Dia Nacional de Taiwan, que assinala a revolução republicana de 1911 e o derrube da última dinastia imperial chinesa, dando origem à República da China -- nome oficial do governo sediado em Taipé. É habitual que os Presidentes usem esta ocasião para transmitir mensagens políticas de grande alcance.
Nas semanas que antecederam a data, intensificaram-se os atritos diplomáticos entre Taipé e Pequim em torno da resolução 2758 das Nações Unidas, aprovada em 1971, que reconheceu a República Popular da China como a única representante legítima da China na ONU.
Pequim sustenta que a resolução confirma também a sua soberania sobre Taiwan, interpretação que Taipé considera uma "distorção" usada para criar uma "base legal fictícia" que poderia justificar "uma futura agressão armada" contra a ilha.
O Governo chinês voltou esta semana a criticar duramente William Lai, acusando-o de conduzir Taiwan para uma "situação perigosa de conflito militar" e de "enganar o povo taiwanês e a opinião pública internacional".
"Temos a vontade firme, a determinação resoluta e a poderosa capacidade de esmagar todos os atos separatistas de 'independência de Taiwan' e qualquer ingerência externa", advertiu na quarta-feira Chen Binhua, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês.
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