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"Carne é carne, ponto final". Restrição ao termo carne preocupa empresas

O Parlamento Europeu aprovou uma proposta para impedir que termos associados a produtos animais sejam utilizados em alternativas à base de plantas. As empresas retalhistas mostram preocupação.

"Carne é carne, ponto final". Restrição ao termo carne preocupa empresas

© Reuters

Notícias ao Minuto
09/10/2025 16:14 ‧ há 1 dia por Notícias ao Minuto

O Parlamento Europeu aprovou uma proposta que prevê a proibição do uso de termos associados a carne, quando se tratam de opções vegetais. A proposta partiu do Partido Popular Europeu (PPE) e contou com 355 votos a favor, 247 contra e 30 abstenções.

“Carne é carne, ponto final. Manter os rótulos claros protege os agricultores e as tradições culinárias europeias", afirma a eurodeputada Céline Imart, do PPE. 

No entanto, nem todos os deputados, nem mesmo dentro do próprio partido, partilham esta visão e há quem chegue a considerar a medida como "desnecessária". Este termo foi usado pelo deputado Peter Liese, ligado à CDU alemã.

 

“Ninguém se confunde ao ver ‘hambúrguer vegetariano’ ou ‘salsicha vegan’", refere ainda o eurodeputado.

Esta citação pode ser corroborada por um estudo de 2020, da Organização Europeia do Consumidor, que mostrou que 80% dos consumidores europeus não veem problema na utilização de designações como 'salsicha de soja' ou 'schnitzel vegetariano', desde que sejam claramente rotuladas como alternativas à carne.

Contudo, a possibilidade desta proibição já está a preocupar supermercados e empresas, como o Burguer King e o Lidl, que já pediram ao Parlamento para que rejeite esta proposta, uma vez que consideram que tal imposição pode “dificultar o acesso ao mercado".

Apesar da votação no Parlamento, o futuro da medida ainda não está definido, mas, caso venha a ser aprovada, as seguintes denominações ficam reservadas exclusivamente a produtos de origem animal: bife, escalope, salsicha, hambúrguer, gema de ovo e clara de ovo. Ou seja, produtos, por exemplo, de soja ou de outra origem vegetal não podem usar estas denominações.

Pesquisas recentes mostram que a Europa está a observar um aumento constante no número de pessoas que adotam dietas veganas, embora estas continuem a ser uma minoria relativamente à população em geral.

De notar que esta não foi a primeira vez que o tema foi discutido no Parlamento Europeu. Em 2020 já tinha havido uma votação e na altura a medida foi chumbada. 

Caberá agora aos governos nacionais e aos chefes de Estado da União Europeia decidir se a medida irá ser aplicada nos termos em que foi aprovada.

Leia Também: "Partes comestíveis de animais". Eurodeputados apertam definição de carne

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