Wayne Hall, especialista da Organização Mundial de Saúde e diretor de um centro de estudos sobre o abuso de substâncias entre jovens, da Universidade de Queensland, reviu cerca de 20 anos de estudos sobre o consumo de cannabis. E publicou as suas conclusões.
O estudo levado a cabo surgiu no seguimento da legalização do uso de marijuana para fins recreativos, no Colorado, nos Estados Unidos e segundo conta o Medical Daily o objetivo será desconstruir alguns factos que têm surgido em torno da legalização (ou não) do consumo desta droga.
Para Wayne Hall, os dados que analisou, que datam até 1993, mostram que o número de consumidores terá aumentado. Em 2013, 40,7% dos jovens admitia ter consumido pelo menos uma vez, um aumento em relação aos 31,3% que respondiam sim à mesma questão, em 1993.
Mas é sobre os efeitos da cannabis que este estudo está a ganhar mais atenção. Segundo Hall, confirma-se que não há mortes por sobredosagem. Ainda assim, o uso regular pode causar sintomas de dependência. Um em cada dez corre esse risco, que é maior quando falamos de consumidores adolescentes: um em cada seis, destaca a mesma publicação.
Hall concluiu também que entre os adolescentes há o risco de o consumo de cannabis abrir a porta a outras drogas, consideradas ‘pesadas’, quando comparados com os seus pares que não a consomem. E que o uso regular pode ter impacto na saúde mental, duplicando o risco de sintomas psicóticos, com destaque para casos em que já há antecedentes familiares.
Nos adolescentes o consumo regular aumenta também a probabilidade de um diagnóstico de esquizofrenia quando chegam à idade adulta. Tal como outros estudos apontavam, confirma-se também que há um maior risco de contrair uma bronquite e que o consumo por parte de mulheres grávidas pode ter impacto no peso do bebé.
