O proprietário da Sresan Pharmaceutical Manufacturer, empresa de xarope para a tosse ligada à morte de pelo menos 17 crianças, na Índia, foi preso, esta quarta-feira, pela polícia indiana, e será levado a tribunal, conforme avança a Reuters.
Todas as vítimas mortais tinham menos de cinco anos de idade e morreram após consumirem o xarope Coldri.
Este medicamento foi proibido, na quinta feira da semana passada, em várias partes daquele país, após os resultados de um teste confirmarem a existência de um produto químico no xarope.
A Reuters avança ainda que o medicamento para a tosse continha níveis de um componente quase 500 vezes maiores do que o limite permitido.
Por lei, os fabricantes de medicamentos indianos devem testar cada lote de matérias-primas e o produto final antes da venda no mercado.
E, no caso de se tratar de exportações de xarope para a tosse, o governo obriga ainda a outra camada de testes em laboratórios específicos - esta imposição governamental surgiu em 2023, depois das mortes de mais de 10 crianças na Gâmbia, Uzbequistão e Camarões que foram associadas a xaropes indianos.
A Organização Mundial da Saúde refere também que a venda deste xarope destaca uma "lacuna regulatória" na triagem de medicamentos vendidos internamente pela Índia e alertou para a possibilidade de algumas exportações terem ocorrido de forma não oficial.
Esta semana, as autoridades indianas pediram às pessoas para evitarem outros dois xaropes vendidos localmente, Respifresh e RELIFE, produzidos por outros fabricantes, após testes constatarem a presença do mesmo produto químico tóxico.
Conhecida como a "farmácia do mundo", a Índia é o terceiro maior produtor mundial de medicamentos em volume, depois dos EUA e da China.
Leia Também: Índia. Bebé abandonado tinha pedra dentro da boca e cola nos lábios