"Teremos que repatriar, reduzir em cerca de 25% o número dos nossos militares e polícias de manutenção da paz, assim como os seus equipamentos. Um número significativo de trabalhadores civis das missões também serão afetados", disse um alto funcionário das Nações Unidas, que falou sob condição de anonimato, segundo a agência France-Presse (AFP).
O orçamento das operações de manutenção da paz para 2025-2026 (julho de 2025 a junho de 2026) é de aproximadamente 5,4 biliões de dólares (4,6 mil milhões de euros), dos quais 1,3 biliões (1,12 mil milhões de euros) deveriam vir dos Estados Unidos e 1,2 biliões (1,03 mil milhões de euros) da China.
Mas, desde que Donald Trump regressou à Casa Branca, em janeiro deste ano, Washington anunciou cortes massivos na sua ajuda externa.
Os norte-americanos já informaram às Nações Unidas que contribuirão com apenas 682 milhões de dólares (586,4 milhões de euros) para o orçamento de 2025-2026, incluindo 85 milhões de dólares (73 milhões de euros) destinados ao futuro escritório de apoio da ONU à nova missão internacional anti-gangues no Haiti.
No total, a ONU antevê um défice de 16% a 17% do orçamento atual para as operações de manutenção da paz.
Enquanto aguardavam a decisão dos EUA, as 11 missões de paz ativas da ONU prepararam planos para antecipar vários cenários de cortes de financiamento.
A redução de 25% nas tropas será distribuída entre as 11 missões, disse a autoridade.
"Sabemos que haverá consequências em termos de monitorização do cessar-fogo, proteção civil e trabalho com equipas humanitárias", observou, prevendo um impacto "significativo" sem o poder avaliar com mais detalhe.
A ONU tem forças de manutenção da paz - cujos soldados são conhecidos como "capacetes azuis" -destacadas em locais como o leste da República Democrática do Congo, no sul do Líbano, na República Centro-Africana, no Sudão do Sul ou Saara Ocidental.
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