A medida afeta os funcionários de centros de atendimento telefónico, os profissionais de informática e a maioria das operações centrais, suspendendo efetivamente os serviços de assistência aos contribuintes, de acordo com um comunicado divulgado pelo fisco norte-americano.
O IRS indicou que permanecerão ativos os funcionários encarregados de implementar a lei fiscal e de despesas assinada pelo presidente Donald Trump em julho, enquanto os restantes serão colocados em situação de inatividade e não remunerados, até que o governo retome as operações normais.
A paralisação parcial do governo dura há oito dias e afetou várias agências federais, causando interrupções nos serviços essenciais e aumentando a incerteza económica.
Centenas de milhares de funcionários públicos, cujos empregos são considerados "não essenciais", já foram afastados, registando-se interrupções de serviços públicos.
Retaliando sobre a oposição pela não extensão do financiamento ao governo, Trump tem vindo a fazer ameaças de despedimentos de funcionários públicos e já cortou financiamento a projetos de infraestruturas em estados democratas.
Os republicanos responsabilizam os democratas por não aprovarem um projeto de lei que prolongaria temporariamente o financiamento, mas os democratas insistem na renovação dos subsídios do "Affordable Care Act" (Obamacare), que expiram este ano, e apresentaram uma proposta alternativa de financiamento que protegeria os subsídios aos cuidados de saúde.
O governo anunciou ainda o cancelamento de 26 mil milhões de dólares em fundos federais prometidos aos estados liderados pelos democratas, incluindo 18 mil milhões de dólares em Nova Iorque.
O executivo de Trump anunciou ainda o cancelamento 7,6 mil milhões de dólares em subsídios a centenas de projetos de energia 'limpa' em 16 estados, todos os quais votaram na candidata democrata Kamala Harris nas eleições presidenciais do ano passado.
A maioria presidencial espera que um número suficiente de senadores democratas acabe por ceder à pressão e vote a favor do projeto de lei republicano, rejeitado no Senado várias vezes.
Embora os republicanos detenham a maioria em ambas as câmaras do Congresso, as regras do Senado exigem o voto de pelo menos oito democratas para atingir o limite necessário de 60 votos para a aprovação da proposta orçamental.
Apesar da pressão republicana, apenas três democratas se juntaram à maioria nas últimas votações.
O governo de Donald Trump avisou terça-feira que não garantirá o pagamento retroativo dos trabalhadores federais relativo encerramento das agências governamentais pelo impasse orçamental, o que reverte uma prática instituída e afeta 750 mil pessoas.
A informação consta de um documento interno da Casa Branca, a que a AP teve acesso, e é vista como mais uma tática de força para pressionar os congressistas para resolverem o problema, quando os partidos permanecem em impasse.
Depois da paralisação mais longa na história do país, em 2019, Trump promulgou legislação que garante que os trabalhadores federais recebem os retroativos relativos a qualquer período de 'shutdown'.
Mas, no novo documento, o seu Gabinete de Gestão e Orçamento afirma que este pagamento deve ser feito pelo Congresso, se assim o entender no quadro de qualquer proposta orçamental.
Durante uma reunião na Casa Branca, Trump disse na terça-feira que ia "aplicar a lei" sobre estes pagamentos aos trabalhadores federais, minutos depois de afirmar que os pagamentos "dependem de quem estivermos a falar".
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