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Países europeus e árabes discutem futuros compromissos com a Palestina

Chefes da diplomacia de países europeus e árabes discutem na quinta-feira em Paris "modalidades de um compromisso coletivo" para "operacionalizar" um Estado palestiniano, uma iniciativa já criticada pelo Governo israelita.

Países europeus e árabes discutem futuros compromissos com a Palestina

© Maryam Majd/Getty Images

Lusa
08/10/2025 20:08 ‧ há 9 horas por Lusa

Entre os assuntos em debate estarão a força internacional de estabilização, a governação transitória de Gaza, a ajuda humanitária e a reconstrução, o desarmamento do Hamas, o apoio à Autoridade Palestiniana e às forças de segurança palestinianas, avançou a agência France-Presse (AFP) citando fontes diplomáticas.

 

Numa altura em que decorrem negociações no Egito para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, devastada por dois anos de guerra entre o grupo islamita palestiniano Hamas e Israel, os ministros querem também mostrar "o seu apoio" ao plano proposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Anunciado a 29 de setembro, o plano do presidente norte-americano prevê um cessar-fogo, a libertação no prazo de 72 horas dos reféns detidos em Gaza, a retirada gradual do exército israelita e o desarmamento do Hamas.

O objetivo da reunião é assinalar "a vontade de trabalhar em conjunto para operacionalizar, em estreita colaboração com os Estados Unidos, os principais parâmetros do 'day after' [dia seguinte ao final da guerra], bem como especificar as modalidades de um compromisso coletivo", explicaram as fontes diplomáticas.

A reunião é uma continuação da iniciativa franco-saudita para a solução de dois Estados, que culminou na Declaração de Nova Iorque no verão passado e "facilitou a adoção do plano dos Estados Unidos", acrescentaram as fontes.

Além da França e da Arábia Saudita, a Alemanha, a Espanha, a Itália e o Reino Unido deverão participar, pela parte europeia.

Do lado árabe, é esperada a presença do Egito, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Jordânia.

Indonésia, Canadá e Turquia, que desejam participar ativamente no estabelecimento de uma missão de estabilização em Gaza após o cessar-fogo, também marcam presença.

De acordo com as mesmas fontes, o Governo italiano está também disposto a considerar, como contributo para a Força Internacional de Estabilização (FSI) prevista no plano do Presidente Trump, o possível destacamento de agentes da polícia militarizada ('carabinieri') para treinar as novas forças policiais na Faixa de Gaza e também na Cisjordânia, onde já estão presentes.

A Itália também poderia contribuir para a reconstrução da infraestrutura médica e de saúde em Gaza, devastada após dois anos de guerra e constantes bombardeamentos israelitas, que custaram a vida de mais de 67.000 pessoas, de acordo com dados das autoridades do enclave, considerados fidedignos pela ONU.

A iniciativa dos países europeus e árabes, em que Israel não participa, já foi criticada pelas autoridades israelitas.

"Nenhum acordo pode ser alcançado em Gaza sem o consentimento de Israel", avisou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa'ar.

Para Telavive, a reunião ministerial é "supérflua e prejudicial", num momento "muito delicado" das negociações, a decorrer no Egito, entre delegações de Israel e o Hamas.

O chefe da diplomacia israelita afirmou que o encontro é "uma nova tentativa" do presidente francês, Emmanuel Macron, de "desviar a atenção dos problemas internos às custas de Israel", aludindo à crise política em França, com um primeiro-ministro demissionário.

Sa'ar criticou o convite a governos que disse serem "abertamente hostis a Israel", como o espanhol, liderado pelo primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez.

O governante israelita disse ainda esperar que esta iniciativa não comprometa "negociações cruciais para a libertação dos reféns, como já aconteceu no passado".

A reunião, marcada para quinta-feira às 17h00 locais (18h00 em Lisboa), será realizada um dia depois de um encontro em Paris entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o príncipe herdeiro da Jordânia, Hussein bin Al Abdullah.

Leia Também: Reconstrução de Gaza vai custar cerca de 45 mil milhões de euros

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